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México anuncia ‘segunda morte’ de líder do narcotráfico

Traficante conhecido como ‘El Chayo’ foi oficialmente declarado morto em dezembro de 2010, mas seu corpo teria sido levado por comparsas

Por Da Redação
10 mar 2014, 11h26

Nazario ‘El Chayo’ Moreno, considerado o líder do cartel mexicano ‘Os Cavaleiros Templários’, foi morto neste domingo por militares em Michoacán, região oeste do país, informaram autoridades mexicanas nesta segunda-feira. ‘El Chayo’, porém, era considerado oficialmente morto desde 2010, quando o governo do então presidente Felipe Calderón declarou que tinha aniquilado o poderoso narcotraficante.

Soldados mexicanos localizaram Moreno na manhã de domingo nos arredores do município de Tumbiscatío – a 630 km ao oeste da capital – e tentaram efetuar a prisão, mas ele resistiu, afirmou Monte Alejandro Rubido, secretário executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública. “Ele atacou as forças federais, que foram obrigadas a responder”, completou, sem revelar detalhes sobre o confronto. Antes de confirmar a morte de Moreno oficialmente, as autoridades dedicaram boa parte do domingo a obter provas da identidade do cadáver.

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Finalmente, a análise das impressões digitais confirmou que era Moreno. Mas outros exames genéticos continuam sendo realizados, segundo Tomás Zerón, diretor da Agência de Investigação Criminal da procuradoria mexicana. As autoridades exibiram a comparação das impressões digitais feitas no corpo com as do arquivo de Moreno. Rubido recordou que em 10 de dezembro de 2010 o governo de Calderón (2006 – 2010) anunciou de maneira equivocada a morte de ‘El Chayo’ em um confronto com policiais. Na ocasião, “afirmaram que o corpo havia sido levado por integrantes do cartel e não existiram evidências do falecimento”, destacou Rubido. O primeiro anúncio da morte de ‘El Chayo’ aconteceu em um dos momentos mais violentos da ofensiva militar do ex-presidente Calderón contra os cartéis. Na época, foram assassinadas mais de 70.000 pessoas.

Moreno foi um dos fundadores do cartel ‘A Família’, um dos principais produtores e exportadores aos Estados Unidos de drogas sintéticas, e o primeiro traficante a utilizar uma doutrina de ‘pseudo religião’ para recrutar e controlar os subordinados, que nos últimos anos o elevaram à categoria de ‘santo’. ‘El Chayo’ justificava a violência extrema de seu grupo como uma ‘justiça divina’ para proteger Michoacán de outros grupos criminosos. O cartel ‘A Família’ fez uma aparição pública assustadora em 2006, quando jogou as cabeças de cinco pessoas em uma pista de dança da cidade de Uruapan acompanhadas da frase: “Só morre quem deve morrer”.

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Guerra ao tráfico – A morte de Moreno representa um novo golpe para o narcotráfico obtido pelo atual governo de Enrique Peña Nieto, que assumiu o poder em dezembro de 2012. No ano passado foi detido Miguel Ángel Treviño, líder do cartel do Golfo, e em 22 de fevereiro Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán, líder do cartel de Sinaloa e o narcotraficante mais procurado do mundo. Rubido informou que, depois da mobilização no ano passado de 10.000 policiais e militares para pacificar Michoacán, as autoridades começaram a receber denúncias que apontavam que ‘El Chayo’ estava vivo e liderava agora o grupo ‘Os Cavaleiros Templários’, uma cisão de ‘A Família’. Com o trabalho do serviço de inteligência, o governo confirmou que Moreno, de 44 anos, “permanecia como líder indiscutível do grupo”, disse Rubido.

Apesar do anúncio oficial da morte, a queda de ‘El Chayo’ era uma das exigências dos grupos de autodefesa para aceitar o desarmamento. As autodefesas são formadas por moradores das comunidades rurais de Michoacán que, desde o ano passado, decidiram pegar em armas para enfrentar o cartel, após o aumento de mortes por ajustes de contas, sequestros e extorsões. Os grupos de autodefesas conseguiram assumir o controle de vinte municípios e chegaram a um acordo com o governo para uma cooperação, mas exigem o desmantelamento da cúpula dos ‘Templários’.

(Com agência France-Presse)

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