O Mercosul, reunido na cidade argentina de Mendoza, deve suspender o Paraguai dos órgãos do bloco devido à destituição do ex-presidente Fernando Lugo, afirmou nesta quinta-feira o chanceler brasileiro, Antônio Patriota. Caso a medida se confirme, o país pode deixar de atuar em conselhos que discutem o processo de integração e que conduzem as negociações comerciais com outras nações.
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“Estamos elaborando uma proposta que será analisada na sexta-feira pelos presidentes. Discutimos a suspensão do Paraguai dos órgãos do Mercosul. Lamentamos muito essa situação, mas constatamos que não existe uma plena vigência democrática (no país)”, disse Patriota em entrevista coletiva após o encontro de chanceleres da região.
Segundo Patriota, a proposta de sanção contra o novo governo paraguaio, que não participará da cúpula do Mercosul em Mendoza, tem como base o chamado Protocolo de Usuhaia 1, de 1998, que prevê medidas contra um país onde não há garantias para a democracia. “O entendimento se baseia no Protocolo de Ushuaia, que fala da suspensão da participação em reuniões”, revelou Patriota.
Grupo – A reunião a portas fechadas em um hotel de Mendoza teve a presença dos chanceleres da Argentina, Héctor Timerman; do Uruguai, Luis Almagro, da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Patriota. Nenhum representante do novo governo paraguaio, presidido por Federico Franco, participa da cúpula do Mercosul.
Na sexta-feira, os presidentes e ministros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) também devem condenar a decisão do Senado paraguaio de destituir Lugo por “mau desempenho de suas funções”, em uma reunião extraordinária que vai contar com a presença de representantes de 11 dos 12 países sul-americanos.
Além dos países fundadores, a Venezuela está em processo de adesão ao Mercosul, até agora travado pelo Parlamento paraguaio, enquanto Chile, Bolívia, Equador e Peru são associados.
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(Com agência AFP)