Manifestantes preparam ‘beijaço gay’ para receber o papa
Ato faz parte do protesto de organizações laicas contra a visita de Bento XVI
O papa Bento XVI é esperado nesta quinta-feira na Espanha para liderar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mas sua visita ao país deve enfrentar uma série de obstáculos. Para o mesmo dia de sua chegada à capital Madri, grupos de defesa dos direitos dos homossexuais estão programando um “beijaço gay”.
O ato foi convocado por meio do Facebook pela Assembleia Transmaricabollo de Sol, uma organização criada durante os protestos dos “indignados” e que reivindica os direitos dos homossexuais transexuais, afirmou o porta-voz Jaime del Val. O “beijaço” é um protesto pelo “fundamentalismo da Igreja católica” e as “condenações moralistas sobre a sexualidade” procedentes do Vaticano, enfatiza.
Além dos homossexuais, mais de cem organizações laicas espanholas também prometem uma série de manifestações, contrárias à utilização de fundos públicos para a visita de Bento XVI entre 18 e 21 de agosto. Com o lema “Dos meus impostos, para o Papa zero. Estado laico”, as associações denunciam o financiamento do evento pelo estado e seu alto custo, no momento em que o desemprego afeta mais de 20% da população economicamente ativa na Espanha.
Os organizadores calculam que o estado, os governos regionais e as prefeituras gastarão mais de 100 milhões de euros nas JMJ se essas contarem com a presença de 500.000 jovens, segundo Francisco Delgado, presidente da Europa Laica. Já os organizadores da visita do papa argumentam que o evento não terá nenhum custo para o tesouro nacional e que, inclusive, gerará lucro pelos mais de um milhão de peregrinos que chegarão de diversas partes do mundo.
O evento – A Jornada Mundial da Juventude foi criada em 1984, quando ao fim do Ano Santo da Redenção, o papa João Paulo II entregou uma cruz de madeira de quatro metros de altura aos jovens convidando-os a levá-la por todo o mundo. Desde Toronto (Canadá), em 2002, os encontros de Colônia, Sydney e Madri realizaram-se a cada três anos. Agora, o evento volta ao intervalo de dois anos, para que não coincida com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, já que em 2013, a sede da JMJ será no Rio de Janeiro.
(Com agência France-Presse)
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