Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Manifestantes invadem sede do governo da Tailândia

Grupo quer a saída da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada de ser um fantoche de seu irmão, o ex-premiê Thaksin Shinawatra

Por Da Redação
3 dez 2013, 06h49

Após dois dias de intensos confrontos nas ruas de Bangcoc, os manifestantes contrários ao atual governo conseguiram entrar nesta terça-feira, sem resistência, na sede da Polícia Metropolitana e na Casa do Governo, principal edifício do Executivo do país, ambos na capital tailandesa. O general Kamronvit Thoopkrachang, responsável pelo policiamento de Bangcoc, afirmou que os agentes de segurança não utilizariam gás lacrimogêneo e permitiriam que os manifestantes entrassem na sede das autoridades e lá permanecessem o tempo que quisessem, informou o jornal local Bangcoc Post. “Os escritórios pertencem ao povo e foram construídos com o dinheiro de seus impostos”, declarou o general.

O líder do movimento de oposição, o ex-vice-primeiro-ministro no governo do Partido Democrata (2008 – 2011) Suthep Thaugsuban, convocou seus seguidores a concentrarem suas forças na investida contra o quartel policial durante o seu discurso na noite de ontem. As carcaças de pelo menos oito caminhões da polícia que foram incendiados estão na entrada da Casa do Governo, após os fortes enfrentamentos da última noite, quando os manifestantes antigovernamentais lançaram dezenas de coquetéis molotov e bombas contra as autoridades.

Leia também

Alvo de protestos, primeira-ministra da Tailândia diz que não pretende renunciar

Uma pessoa morre em confronto entre manifestantes na Tailândia

No domingo e na segunda-feira, os policiais tentaram dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo, canhões de jatos d’água e disparos de bala de borracha, enquanto os seguidores de Suthep respondiam com pedras, garrafas e bombas caseiras, ao mesmo tempo em que tentavam remover as barricadas de cimento que cercavam os edifícios. Durante a transmissão ao vivo do canal Blue Sky, que apoia as manifestações contra o governo, era possível ver os agentes policiais recuarem, enquanto os manifestantes tentavam remover as barreiras e cercas de arame farpado para conseguirem ter acesso ao edifício governamental.

Após conseguirem o acesso, vários manifestantes e membros da polícia se cumprimentaram com efusivos abraços, apertos de mão e posaram para fotografias. O Centro Erawan para Emergências informou em seu último relatório que 119 pessoas ficaram feridas durante as manifestações de ontem, três delas por ferimento de bala e a maioria com problemas derivados da inalação de gases tóxicos.

A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, declarou novamente à imprensa que não pensa em renunciar, conforme as exigências dos manifestantes antigovernamentais. Yingluck voltou a oferecer o diálogo como uma saída para se superar a crise política. A primeira-ministra classificou as reivindicações do líder dos protestos para que ceda o poder para um conselho popular como “inaceitáveis” e “inconstitucionais”, após se reunir com Suthep na noite da segunda-feira em um encontro organizado pelos chefes do Exército. Os manifestantes acusam o governo eleito de corrupção e de ser comandado pelo primeiro-ministro deposto e irmão mais velho da atual primeira-ministra, Thaksin Shinawatra.

Histórico – A Tailândia vive uma crise política desde o golpe militar que derrubou ao governo de Thaksin em 2006. Thaksin e sua irmã contam com grande apoio entre as classes baixas e nas áreas rurais do nordeste, enquanto grande parte de seus opositores procedem das classes médias e altas urbanas e de setores próximos do Exército e da monarquia.

Continua após a publicidade

Os protestos contra Yingluck estouraram no país há cerca de dez dias. Os manifestantes são contra um projeto de lei apoiado pelo governo que pretende conceder uma anistia ao irmão da premiê. Com isso, ele não precisaria cumprir os dois anos de prisão por corrupção. Thaksin foi condenado em 2008, dois anos depois de ser derrubado em um golpe militar. Com exceção de um breve retorno à Tailândia em 2008, ele viveu no exílio desde então. Os tribunais também congelaram milhões de dólares seus em bancos tailandeses, mas a Justiça tailandesa acredita que Thaksin ainda tenha uma grande quantidade de dinheiro no exterior.

Desde o estabelecimento da monarquia constitucional na Tailândia, em 1932, o país já vivenciou dezoito golpes de Estado ou tentativas de derrubar o governo.

(Com agência EFE e Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.