Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Maduro anuncia expulsão de três diplomatas americanos

Presidente venezuelano diz que trio coordenava “ações de sabotagem”

Por Da Redação
30 set 2013, 18h34

Herdeiro político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro dá sequência à retórica contra o ‘inimigo externo’, os Estados Unidos – culpado pelas mazelas venezuelanas no lugar da ineficiência do governo. Na tarde desta segunda-feira, Maduro anunciou a expulsão de três diplomatas que trabalham na embaixada americana em Caracas. Disse que deu prazo de 48 horas para que deixem o país e os acusou de se reunir “com a extrema direita venezuelana e financiá-la para coordenar ações de sabotagem do sistema elétrico e da economia venezuelana”. O grupo, no universo fantástico de Maduro, pagaria empresas para suspenderem suas atividades.

Leia também:

Leia também: Maduro cria órgão controlador da economia e rede de notícias obrigatória

“Fora da Venezuela. Yankee go home. Basta de abusos contra a dignidade de uma pátria que quer paz”, bradou Maduro, sem mencionar que os problemas econômicos do país decorrem do sucateamento da indústria, deterioração fiscal, inflação e corrupção que se alastraram com o chavismo.

“Rejeitamos completamente as alegações do governo venezuelano sobre o envolvimento do governo americano em qualquer tipo de conspiração para desestabilizar o governo da Venezuela”, afirmou a embaixada dos EUA, segundo o jornal The New York Times. “Rejeitamos as alegações específicas contra os três membros de nossa embaixada. Vimos o pronunciamento de Maduro na TV, mas não recebemos nenhuma notificação oficial sobre as expulsões”. O chanceler venezuelano Elías Jaua disse que uma notificação foi enviada à embaixada.

Histórico – Entre os diplomatas expulsos está Kelly Keiderling, encarregada de negócios que comanda a embaixada na ausência de um embaixador. Os Estados Unidos não têm um embaixador em Caracas desde 2010, quando Chávez se recusou a aceitar Larry Palmer, nome proposto por Washington, por não gostar das declarações do indicado apontando laços entre membros do chavismo e rebeldes colombianos. Em 2008, Chávez tinha expulsado o então embaixador Patrick Duddy, sob o argumento de que seu governo havia descoberto um plano apoiado pelos EUA para realizar um golpe e tirá-lo do poder.

Continua após a publicidade

Os ataques aos Estados Unidos têm sido frequentes nos discursos e ações de Maduro. No dia da morte de Chávez, 5 de março, o ainda vice-presidente fez um pronunciamento prévio ao anúncio do falecimento no qual a tônica foi a teoria da conspiração. Ele sugeriu que a doença do coronel foi um “ataque” de seus inimigos e disse que um representante americano no país havia sido expulso por participar de um plano de desestabilização contra o Exército. Em junho, um cineasta que havia sido preso acusado de – adivinhe – conspiração, também foi expulso. Os EUA consideraram as alegações “ridículas”.

Leia mais:

Leia mais: EUA liberam espaço aéreo de Porto Rico após confusão de Maduro

Na última semana, Maduro cancelou uma viagem que faria a Nova York, para participar da Assembleia Geral da ONU, sob o argumento de que tinha de “preservar sua integridade física e sua vida”, citando planos contra sua visita. Antes, o venezuelano havia reclamado que os EUA tinham bloqueado o espaço aéreo de Porto Rico a passagem do avião que o levaria à China e negado vistos a integrantes da delegação que iria a Nova York no retorno da viagem ao país asiático.

Outro ponto recente de atrito com os EUA foi a indicação de Samantha Power para o cargo de embaixadora na ONU. Caracas encerrou uma frágil tentativa de aproximação com Washington reclamando de Samantha, que em sabatina no Senado americano, citou a Venezuela, ao lado de Cuba, Irã e Rússia, como nações onde existe repressão da sociedade civil.

Continua após a publicidade

Segurança – Maduro também anunciou nesta segunda a criação do Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria (Cespa), para “neutrazilar e derrotar, antes que nasça, qualquer plano contra o país”. E colocou um militar no comando, o general González López.

Perseguição à imprensa – A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), órgão que regula os meios de comunicação na Venezuela, iniciou um processo administrativo contra a Globovisión, rede de TV que foi vendida em maio deste ano, reduzindo desde então o tom de confrontação com o governo. A emissora está sendo processada por transmitir um programa sobre a escassez de produtos no país.

(Com agência France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.