Liga Árabe atrasa envio de mais observadores à Síria
Um monitor desistiu de missão por considerá-la uma farsa, e 11 foram feridos
A Liga Árabe atrasou o envio de mais observadores à Síria devido às dificuldades que a missão enfrenta no país, informou nesta quinta-feira a rede britânica BBC. Um dos 165 observadores desistiu da missão por considerá-la uma farsa, e outros 11 ficaram feridos em um ataque no porto da cidade de Latakia nesta semana.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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O primeiro-ministro do Qatar, Hamad bin Jassim al-Thani, outrora um apoiador-chave da missão, já perdeu as esperanças em um desfecho positivo. “Eu não consegui ver até agora uma missão bem sucedida, francamente falando”, disse o premiê à BBC.
O grupo de direitos humanos Human Rights Watch pressionou a Liga Árabe para decidir se manterá ou não a missão. O grupo disse que a presença dos observadores não ajudou a forçar o regime de Bashar Assad e honrar o plano de paz que havia concordado. “Permitir que a missão continue sem esforços claros e eficazes para proteger os civis só provocará mais mortes”, disse Anna Neistat, membro do grupo.
Segundo opositores, pelo menos 24 pessoas morreram ao longo do país na quarta-feira, incluindo um repórter francês – o primeiro jornalista ocidental a morrer na rebelião síria. Mais de 5.000 pessoas foram mortas desde o início da revolta, em março de 2011, de acordo com a ONU.