Líderes da Etiópia e Quênia chegam ao Sudão do Sul para mediar conflito
Choques entre tropas do presidente Salva Kiir e soldados leais ao ex-vice Riek Machar já provocaram mais de mil mortes
Os chefes de governo do Quênia e da Etiópia desembarcaram no Sudão do Sul nesta quinta-feira para tentar mediar discussões entre o presidente do país, Salva Kiir, e os seus rivais políticos, que tentam retirá-lo à força do poder. O líder queniano, Uhuru Kenyatta, e o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, devem se reunir ainda nesta quinta-feira com o presidente do Sudão do Sul, segundo o ministro da Informação do país, Michael Makuei Lueth.
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Sudão do Sul
No exterior, os Estados Unidos, a Noruega e a Etiópia também estão liderando esforços para abrir conversas de paz entre Kiir e seus rivais políticos. O presidente do país africano afirmou nesta semana que está disposto a dialogar com todos os seus oponentes.
Segundo a ONU, o número de mortos já ultrapassou a marca de mil pessoas desde que soldados do grupo étnico dinka – pró-Kiir – passaram a enfrentar a etnia Nuer, do ex-vice-presidente Riek Machar na primeira metade de dezembro. Cerca de 80 000 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.
O ministro da Informação do Sudão do Sul disse que o governo ainda não estabeleceu um contato formal com Machar, que é acusado de liderar a tentativa de golpe. Ele foi afastado do poder em julho deste ano e seu paradeiro permanece desconhecido.
As tropas do governo ainda tentam retomar o controle da cidade de Bentiu, que está nas mãos das forças leais do ex-vice-presidente. Na quarta-feira, foi a vez dos rebeldes anunciarem a tomada de Malakal, a capital do estado do Alto Nilo, onde se concentra a maior parte da produção de petróleo do país. A informação foi confirmada pela agência independente do Sudão do Sul, SSNA, que informou que o governador do Alto Nilo, Simon Kun Puoch, fugiu após se refugiar em instalações da ONU.
(Com Estadão Conteúdo e agência EFE)