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Líder opositor promete se entregar e convoca ato contra Maduro

Leopoldo López está sendo acusado de terrorismo e homicídio pelo governo venezuelano. Em vídeo, ele convocou uma nova grande passeata em Caracas

Por Da Redação
17 fev 2014, 11h31

(Atualizado às 18h05)

O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, apontado pelo governo de Nicolás Maduro como responsável pelos protestos que estremecem o país, disse em um vídeo divulgado na noite deste domingo que se entregará na terça-feira à Justiça. López é alvo de um mandado de prisão, por acusações que incluem terrorismo e homicídio. Na semana passada, ele convocou uma manifestação oposicionista que terminou com três mortos e centenas de feridos. O líder foragido também usou seu vídeo, com duração de três minutos, para convocar uma nova passeata na terça-feira em direção à sede do Ministério de Interior e Justiça, em Caracas.

“Se houver alguma decisão de ilegalmente me prender, estarei aí [em Caracas] para assumir essa decisão e essa perseguição infame por parte do Estado”, acrescentou. Na madrugada de domingo, de posse do mandado de prisão, militares armados realizaram buscas na casa de López e de seus pais. Também no domingo, quinto dia de protestos em Caracas e em outras cidades venezuelanas, a polícia voltou a usar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Não houve confrontos tão graves quanto nas vezes anteriores.

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No sábado, o Departamento de Estado dos Estados Unidos havia manifestado sua “preocupação” com o clima de tensão crescente na Venezuela. Maduro acusa os EUA de confabularem com a oposição para depor o seu governo e, neste domingo, anunciou a expulsão de três funcionários consulares americanos. “Dei ordens ao chanceler para declarar como ‘persona non grata’ e expulsar três funcionários consulares da Embaixada dos EUA. Já há dois meses os observamos fazendo reuniões em universidades particulares”, afirmou o presidente, que em outubro havia expulsado outros três diplomatas estrangeiros.

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Mercosul – Enquanto o governo venezuelano envolve o ‘inimigo externo’ EUA em seus problemas internos, ganha o apoio dos vizinhos do Mercosul. Em comunicado, os países-membros Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai deram respaldo a Maduro diantes do que consideram “tentativas de desestabilizar a ordem democrática” na Venezuela – que também integra o bloco econômico que cada vez de forma mais explícita funciona como palanque político para seus integrantes.

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No texto, os países-membros “repudiam todo tipo de violência e intolerância que busque atentar contra a democracia e suas instituições, qualquer que seja sua origem”, de acordo com o jornal espanhol El País. Sem mencionar diretamente Leopoldo López, o documento rejeita as “ações criminais dos grupos violentos que querem disseminar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como instrumento de luta política”.

O ex-candidato presidencial da oposição e atual governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, deu uma declaração irônica sobre os “culpados” apontados por Maduro. “Os civis não dão golpes”, disse Capriles, segundo El País. “Exigimos que o governo mostre evidências de militares que podem estar agindo contra a Constituição”, prosseguiu, desdenhando a tentativa de golpe apontada pelo presidente.

Os manifestantes, a maioria estudantes, permanecem firmes nas ruas e dizem que não vão sair enquanto não receberem a notícia da renúncia de Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez. Nada indica, entretanto, que essa renúncia vá acontecer. Maduro, que se diz alvo de uma tentativa de golpe de Estado, afirma que não tolerará manifestações que bloqueiem vias importantes ou destruam o patrimônio público.

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Ofensiva contra a imprensa – Desde o início dos protestos, os maiores desde que Maduro assumiu o poder, em abril de 2013, o presidente venezuelano tem falado quase diariamente em cadeia nacional de rádio e televisão, a partir do palácio presidencial de Miraflores. O governo venezuelano também censura a transmissão de imagens dos protestos e chegou inclusive a tirar do ar a TV colombiana NTN24 na última quarta-feira, quando os manifestantes tomaram as ruas de Caracas. Sem acesso às mídias tradicionais, os opositores recorrem aos registros e disseminação de informações nas redes sociais e blogs.

(Com agência Reuters)

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