Líbia e Liga Árabe aceitam mediação proposta por Chávez
Um acordo entre os amigos ditadores evitaria intervenção militar externa no país
O governo líbio e a Liga Árabe afirmaram nesta quinta-feira que estão interessados na mediação internacional proposta pelo ditador venezuelano Hugo Chávez para encontrar uma solução pacífica para a crise do país norte-africano. A informação foi divulgada pela rede Al Jazira, em entrevista com o ministro venezuelano da Informação, Andrés Izarra.
Segundo o ministro, Chávez conversou com seu amigo e também ditador Muamar Kadafi na terça-feira sobre sua proposta de envio de uma missão internacional de paz à Líbia, formada por vários países amigos. O objetivo principal seria evitar uma guerra civil no país. Defendendo o parceiro, o presidente venezuelano também advertiu que uma eventual intervenção militar externa na Líbia seria uma “catástrofe”.
“Confirmamos o interesse líbio em aceitar esta proposta, assim como o da Liga Árabe. A Venezuela continua com sua intensa agenda de gestões no mundo árabe e no mundo inteiro, para buscar a paz na Líbia”, declarou Izarra. Além de ser um aliado de Kadafi, Chávez defende fortemente o regime líbio, condenado por praticamente toda a comunidade internacional.
Comparação – Mais cedo, o Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa comparou Chávez a Kadafi e aplaudiu as revoltas árabes, que para ele são “tão importantes como a queda do muro de Berlim”. “Chávez saiu em defesa de Kadafi. Está dentro da lógica das coisas. Ele aspira ser um Kadafi. Não chegou a ser, felizmente para a Venezuela”, afirmou o escritor peruano em uma entrevista ao canal CNN em Espanhol.
Para Vargas Llosa, o presidente venezuelano “aspira eternizar-se no poder”. “E a eternização no poder traz sempre corrupção e repressão. Felizmente, os venezuelanos não deixam”, disse o escritor, um crítico feroz de Chávez. “Tenho esperança. Creio que a semiditadura de Chávez não vai durar muitos anos mais”, completou o autor.
(Com agências Reuters e France-Presse)