Líbia e Egito prometem proteger diplomatas dos EUA
Obama conversou com governantes após ataques no Cairo e em Bengasi
Em conversa por telefone nesta quinta-feira com o presidente Barack Obama, os dirigentes de Líbia e Egito prometeram reforçar a segurança nas embaixadas dos Estados Unidos em seus países e investigar os recentes ataques contra as legações diplomáticas americanas.
Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama falou com o presidente do Parlamento e chefe do governo líbio, Mohamed al Magariaf, e o presidente egípcio, Mohamed Mursi, sobre os ataques à embaixada dos EUA no Cairo e ao consulado do país em Bengasi, onde morreram o embaixador J. Christopher Stevens e outros três americanos.
O dirigente líbio, afirma o governo americano, se comprometeu a colaborar com a investigação do ataque com lança-granadas e metralhadoras contra o consulado, que ocorreu durante um protesto cujo pretexto foi o trailer de um filme que ridiculariza o profeta Maomé – intitulado Innocence of Muslims (A Inocência dos Muçulmanos), o vídeo está sob suspeita por causa de cenas desconexas e alterações no áudio original.
Já o presidente do Egito assegurou a Obama que o país “cumprirá com seu dever de garantir a segurança do pessoal americano”. Em discurso transmitido nesta quinta-feira pela televisão egípcia., Mohammed Mursi disse que rejeita “qualquer agressão” contra Maomé, mas condenou os ataques contra diplomatas dos Estados Unidos.
“Rejeitamos qualquer agressão contra nosso profeta Maomé, sacrificamos nossas almas por ele e nossos corações. Nosso profeta é uma linha vermelha e quem o agride se transforma em um inimigo”, afirmou o chefe de estado, ao mesmo tempo em que assegurou que seu governo protegerá “embaixadas, consulados, hotéis e propriedades egípcias e estrangeiras, que não serão alvo de nenhuma agressão”. Mursi destacou ainda que “a agressão contra o ser humano é rejeitada pelo Islã”.
Ataque planejado – As autoridades americanas suspeitam que o ataque em Bengasi tenha sido planejado por um grupo terrorista – possivelmente a Al Qaeda – que se aproveitou do protesto. De acordo com a rede CNN, os responsáveis pelo atentado pertenceriam às brigadas de Omar Abdul Rahman, que está preso após ter realizado, em maio, um ataque contra o escritório da Cruz Vermelha na mesma cidade.
Enquanto no Cairo uma multidão compareceu desarmada ao protesto em frente á embaixada americana, em Bengasi havia manifestantes armados com granadas. Os relatórios de inteligência, embora ainda não conclusivos, indicam que um grupo organizado estava aguardando a oportunidade para realizar os ataques.
Novos protestos – Nesta quinta-feira, as imediações da embaixada americana no Cairo voltaram a ser palco de protestos contra o vídeo no qual Maomé é ridicularizado. As manifetações foram seguidas por enfrentamentos entre a polícia e manifestantes, que deixaram ao menos seis policiais e dezenas de feridos.
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(Com agência EFE)
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