Laboratório suíço encontra substância tóxica em pertences de Arafat
Teste identifica presença de polônio-210 e reacende debate sobre causa da morte de dirigente. Palestinos acusam serviço secreto de Israel de envenenamento
Análise realizada por um laboratório suíço fez voltar à tona os debates sobre a morte de Yasser Arafat, em 2004. Amostras da urina do dirigente palestino, colhidas em suas roupas e examinadas pelo Institute for Radiation Physics de Lausanne, indicaram a presença de polônio-210, informou a rede Al-Jazira. A constatação reacende a suspeita de que Arafat tenha sido envenenado.
Arafat adoeceu em outubro de 2004 em Ramallah, na Cisjordânia. Foi transferido para o hospital militar de Percy, na França, onde morreu em 11 de novembro do mesmo ano. Cerca de 50 médicos, que se revezaram para cuidar do palestino, não foram capazes de indicar a causa da morte. A mulher dele não autorizou uma autópsia. Na época, palestinos afirmavam que o serviço secreto de Israel o havia assassinado.
“Achamos um nível significativo de polônio nas amostras”, informou o diretor do instituto, François Bochud. Para confirmar o envenenamento, porém, seria necessário exumar os restos mortais de Arafat e realizar nova análise, acrescentou Bochud.
De acordo com o jornal britânico Daily Telegraph, a concentração de polônio encontrada é 20 vezes superior à necessária para se matar uma pessoa. A substância é a mesma usada para envenenar o dissidente russo Alexander Litvinenko em Londres, em 2006.