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Kerry vai se reunir com oposição ucraniana na Alemanha

Decisão foi ridicularizada pela Rússia, que classificou a reunião como um 'circo'

Por Da Redação
31 jan 2014, 07h26

O secretário de Estado americano, John Kerry, vai se reunir com representantes da oposição ucraniana nesta sexta-feira durante a realização de uma conferência sobre segurança em Munique, na Alemanha, informou uma fonte graduada do governo dos EUA. Será o primeiro encontro de Kerry com lideranças do movimento contra o presidente Viktor Yanukovich. A Rússia, porém, manifestou descontentamento com o encontro, qualificando-o de “circo”.

A fonte do Departamento de Estado disse que os Estados Unidos estão cautelosamente otimistas com as negociações entre o governo e a oposição na Ucrânia. A conversa com Kerry pode ter como foco maneiras de restaurar a calma e relançar o processo político na Ucrânia, incluindo os planos de formar um novo governo. Os Estados Unidos elogiaram recentemente as negociações entre Yanukovich e grupos de oposição para buscar um fim aos dois meses de protestos, que começaram quando o presidente rejeitou um tratado comercial com a União Europeia (UE) em favor de ampliar os laços e receber ajuda financeira da Rússia.

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Entre as pessoas que vão se encontrar com Kerry estão Arseny Yatsenyuk, ex-ministro da Economia e líder do partido da ex-premiê Yulia Tymoshenko, que está detida; o ex-campeão mundial de boxe que virou político Vitaly Klitschko, que lidera o partido Udar (‘soco’); Petro Poroshenko, integrante do Parlamento, e a estrela pop ucraniana Ruslana Lyzhychko. (Continue lendo o texto)

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Reação russa – O vice-primeiro-ministro russo Dmitri Rogozin afirmou nesta sexta-feira que a reunião entre Kerry e dirigentes da oposição ucraniana, assim como com a estrela pop Ruslana, é um “circo”. Usando sua conta oficial de Twitter, Rogozin escreveu: “Em Munique, o secretário de Estado americano Kerry discutirá a situação na Ucrânia com o boxeador Klitschko”.

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“E por que não convidaram o nazista Tiagnybok?”, questionou Rogozin. Oleg Tiagnybok é outro dirigente opositor, líder do partido ultranacionalista Svoboda. “Também deveriam convidar Verka-Serdiutchka para a negociação”, completou de modo irônico, em referência a um cantor travesti ucraniano. “A Casa Branca deveria ouvir sua opinião e levar em consideração”, disse. O governo da Rússia afirmou em várias oportunidades que qualquer interferência nos assuntos internos da Ucrânia era inadmissível.

Tortura – O ativista da oposição ucraniana Dmytro Bulatov, de 35anos, que desapareceu na semana passada, afirmou que foi sequestrado e torturado, até ser deixado numa floresta nas proximidades de Kiev na quinta-feira. Ele faz parte do AutoMaidan, um grupo de proprietários de carros que participou dos protestos contra o presidente Viktor Yanukovich, e estava desaparecido desde 22 de janeiro. Bulatov disse que foi sequestrado, duramente espancado e pregado a uma cruz. Uma parte de sua orelha foi arrancada e seu rosto foi cortado. Ele foi mantido no escuro durante todo o tempo, o que o impede de identificar seus sequestradores. Após mais de uma semana de tortura, ele foi jogado numa floresta.

Dmytro Bulatov, líder opositor ucraniano
Dmytro Bulatov, líder opositor ucraniano (VEJA)

“Eles me crucificaram, pregaram minhas mãos. Cortaram minha orelha, meu rosto. Não há um ponto do meu corpo que não tenha sido espancado”, declarou Bulatov à emissora de televisão 5 Kanal. “Graças a Deus estou vivo.” Seu rosto e suas roupas estavam cobertos por sangue e suas mãos inchadas, com marcas de pregos. Bulatov é um dos três ativistas cujo desaparecimento chocou o país, principalmente depois que um deles foi encontrado morto. Ele desapareceu um dia depois de Igor Lutsenko, outro importante ativista da oposição, ter sido encontrado depois de ser levado para uma floresta e duramente espancado.

(Com agências Reuters e France-Presse)

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