Justiça proíbe candidatura de rival de Chávez
Leopoldo López havia sido autorizado a concorrer por Corte Interamericana
A Suprema Corte venezuelana barrou nesta segunda-feira a candidatura à presidência em 2012 do político de oposição Leopoldo López. No mês passado, a Corte Interamericana de Direitos Humanos havia autorizado López a concorrer contra o ditador Hugo Chávez nas próximas eleições.
“Esta Corte Suprema… declara que a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos contra o estado venezuelano não pode ser executada”, disse a Suprema Corte em nota. A Corte ainda determinou que o candidato até pode disputar as eleições, mas não assumir cargos públicos.
Agora, o número de candidatos que competirão contra Chávez em sete de outubro de 2012 deve ser reduzido, já que López seria um dos apenas três políticos disputando as primárias eleitorais. No final, a oposição deve escolher um único candidato contra o caudilho. Ainda não se sabe se López tentará reverter a cassação ou se apoiará outro candidato.
Ao ignorar a decisão da Corte Interamericana, que considerou injustificada a cassação dos direitos políticos de López por acusação de corrupção, a Corte Suprema deve provocar a ira de organizações de direitos humanos que denunciam a restrição de liberdades individuais do governo socialista de Chávez. A Venezuela faz parte da Organização dos Estados Americanos, à qual pertence a Corte Interamericana de Direitos Humanos, o que daria caráter vinculante às decisões do tribunal.
Perfil – Leopoldo López foi prefeito do município Chacao, que faz parte de Caracas, e era o candidato preferido para ser prefeito da capital em 2008, antes de ser eliminado da disputa pelo governo. Ele foi acusado de corrupção e teve seus direitos políticos cassados até 2014, o que, na sua opinião, foi uma decisão inconstitucional. Segundo o político, as acusações contra ele foram forjadas.