Jerusalém, 4 nov (EFE).- O Chefe do Estado-Maior de Israel, Benny Gantz, ordenou à Marinha do país abordar as duas embarcações que se dirigem à Faixa de Gaza na tentativa de romper o bloqueio imposto pelo Estado judaico ao território, após terem ignorado os pedidos para mudar seu rumo.
O anúncio foi feito pelos porta-vozes militares de Israel em mensagem no microblog Twitter, num momento em que, segundo os ativistas e um jornalista da ‘Al Jazeera’ a bordo, dois navios de guerra israelenses rodeiam as embarcações.
O contato com os passageiros a bordo (27 pessoas de nove países) foi bloqueado com navios a cerca de 100 quilômetros da Faixa de Gaza, em águas internacionais do Mediterrâneo.
Previamente, o Exército tinha se comunicado por rádio com os barcos para pedir-lhes que retornassem ou mudassem seu rumo em direção a Israel ou ao Egito, mas elas se recusaram.
Segundo o relato dos passageiros e um jornalista da ‘Al Jazeera’, os militares perguntaram ao capitão do barco canadense Tahrir qual era seu destino. O capitão respondeu: ‘a melhora da humanidade’ e ‘o fim da ocupação de Gaza’.
Os ativistas içaram as bandeiras palestinas em suas embarcações – a canadense Tahrir e a irlandesa Saoirse.
Os passageiros – principalmente do Canadá, Estados Unidos, Austrália e Irlanda – ‘estão comprometidos com a defesa não violenta da flotilha e com os direitos humanos dos palestinos’, disseram os organizadores da viagem em comunicado.
Há dias as Forças Armadas israelenses estavam preparadas para impedir a chegada das duas embarcações, que partiram da Turquia em segredo.
O Movimento Internacional de Solidariedade informou em comunicado que palestinos e ativistas internacionais organizaram um ato de recepção à flotilha.
Esta é a 11ª tentativa de romper pelo mar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza em 2006, reforçado um ano depois, mas aliviado há ano e meio por pressões internacionais após o ataque militar israelense à chamada Flotilha da Liberdade – um incidente ocorrido em águas internacionais que matou nove ativistas turcos.
O organizador do barco canadense, Ehab Lotayef, insistiu na necessidade desta nova iniciativa, apesar do relaxamento do bloqueio. Segundo ele, os habitantes da Faixa de Gaza ‘querem solidariedade, não caridade’ e, ‘apesar da ajuda humanitária ser útil, eles ainda são prisioneiros sem liberdade de movimentos’.
Huwaida Arraf, outra das promotoras da expedição, explicou que a campanha, batizada de ‘Freedom Waves to Gaza’ (Ondas de Liberdade a Gaza), consistirá em organizar novas viagens marítimas nos próximos meses, ‘cada uma como uma onda’. EFE