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Israel denuncia reconhecimento do estado palestino pelo Brasil

Ministério israelense das Relações Exteriores disse que a decisão do governo brasileiro constitui uma violação dos acordos entre Israel e Palestina

Por Da Redação
4 dez 2010, 15h57

Israel denunciou neste sábado a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reconhecer o Estado palestino de acordo com as fronteiras de 1967. O ministério israelense das Relações Exteriores disse que a decisão do governo brasileiro “constitui uma violação dos acordos interinos assinados entre Israel e a Autoridade palestina e que estipulam que o tema do futuro da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será discutido e definido mediante negociações.”

O comunicado afirma ainda que “Israel lamenta e expressa sua decepção depois da decisão do presidente Lula adotada um mês antes de passar o poder para a presidente eleita Dilma Rousseff”. Os legisladores americanos também criticaram na sexta-feira a decisão do Brasil de reconhecer o Estado palestino com as fronteiras de 1967, afirmando que é “extremamente imprudente” e “lamentável”.

A decisão brasileira “é lamentável e só vai prejudicar um pouco mais a paz e a segurança no Oriente Médio”, afirmou Ileana Ros-Lehtinen, que lidera os republicanos na comissão de Assuntos Externos da Câmara de Representantes. Ros-Lehtinen disse ainda que “as nações responsáveis” devem esperar para dar esse passo até o retorno de palestinos às negociações diretas com Israel.

A comunidade internacional não apoia as demandas palestinas por um estado em praticamente toda a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém oriental, todos os territórios ocupados por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias. A maioria dos governos são reticentes em reconhecer um estado palestino, afirmando que isso deve ser alcançado através de uma negociação de paz com Israel.

Críticas – A postura do Brasil também gerou a ira do legislador democrata Eliot Engel, que a classificou de “extremamente imprudente”, acrescentando que significava “o último suspiro de uma política externa (brasileira) que se isolou muito sob o governo de Lula”. Engel citou as atitudes de Lula de “mimar” o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e advertiu que o Brasil “quer se estabelecer como uma voz no mundo, mas está fazendo as escolhas erradas.”

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Segundo Engel, “só podemos esperar que a nova liderança que vem para o Brasil mude o curso e entenda que este não é o caminho para ganhar a preferência como uma potência emergente, ou para se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Brasil está enviando uma mensagem aos palestinos de que eles não precisam fazer a paz para obter o reconhecimento como um estado soberano”, disse Engel.

Brasil – Segundo a nota publicada na última sexta-feira pelo ministério brasileiro das Relações Exteriores, o reconhecimento de um estado palestino responde a um pedido pessoal feito pelo presidente da Autoridade palestina, Mahmud Abbas, a Lula, em 24 de novembro passado. “Por considerar que o pedido apresentado por sua Excelência é justo e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a questão palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado Palestino nas fronteiras de 1967”, reza a missiva.

No comunicado, Lula reitera a necessidade de tornar realidade “a legítima aspiração do povo palestino a um estado unido, seguro, democrático e economicamente viável, coexistindo em paz com Israel”. Uma nota oficial da chancelaria brasileira também recordou que, desde 1998, a representação da Delegação Especial Palestina em Brasília goza de tratamento “equiparado aos de uma embaixada, para todos os efeitos.”

(Com agência France-Presse)

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