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Iraque pede para os EUA bombardearem jihadistas

Segundo o jornal britânico 'The Guardian', vai ser difícil para o presidente Obama negar o pedido de ajuda a um governo aliado neste momento de crise

Por Da Redação
18 jun 2014, 16h25

O Iraque pediu oficialmente ao governo dos Estados Unidos para Washington utilizar sua Força Aérea para bombardear os jihadistas sunitas que fazem uma série de ataques no país, reporta o The Guardian nesta quarta-feira. Segundo o jornal, o pedido veio após os insurgentes se aproximarem do controle total da maior refinaria de petróleo do país, em Baiji, no norte do Iraque.

O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, em um pronunciamento na rede de televisão estatal al-Arabiya, informou à população que solicitou ajuda dos EUA. Em Washington, o general Martin Dempsey confirmou os EUA tinham recebido o pedido de ataques aéreos. “Nós temos um pedido do governo iraquiano para usar nosso poder aéreo”, Dempsey, disse em uma audiência no Senado nesta quarta. O presidente Barack Obama ainda não se pronunciou a respeito do pedido de ajuda iraquiano, mas já afirmou anteriormente que uma ação militar envolvendo aviões é uma opção. De acordo com o jornal, vai ser difícil para Obama negar uma “súplica” de um governo aliado em um momento de crise. Segundo a legislação americana, esse tipo de ataque aéreo no exterior necessita de aprovação do Congresso dos EUA, por isso, um ataque no Iraque não deve ocorrer nas próximas horas.

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“Se tivermos ataques de drones dos EUA em Baiji e jatos para bombardear os jihadistas em outros lugares, nós poderíamos recuá-los”, disse um parlamentar iraquiano ao jornal. “Sem eles [os americanos] não podemos fazer nada. Sem eles não podemos vencer”, completou. No entanto, o general Dempsey também disse aos senadores que o atual estado de confusão no Iraque deixou a inteligência dos EUA com dificuldades operacionais – um fator que faz com que uma campanha aérea seja difícil. “Não é tão fácil como olhar para um vídeo de iPhone mostrando um comboio inimigo e depois bombardeá-lo”, disse Dempsey.

O embaixador americano no Iraque, Lukman Faily, disse que a situação era muito crítica e alertou para o derramamento de sangue promovido pelo grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). “Onde eles [jihadistas] têm a possibilidade, eles vão limpar as minorias. É uma limpeza étnica”, disse Faily ao Guardian. “Em Mosul eles entraram em prisões e executaram os prisioneiros xiitas. Executaram até mesmo os imãs sunitas que estavam relutantes em entregar suas mesquitas para eles”.

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Segundo um funcionário da refinaria de Baiji, os insurgentes já conseguiram invadir o complexo. “Agora eles estão controlando unidades de produção, prédios administrativos e quatro torres de observação. Isso representa 75% da refinaria”, disse o funcionário falando do interior das instalações. Segundo o The Guardian, qualquer longa interrupção do complexo põe em risco o abastecimento de gasolina e o fornecimento de energia elétrica em algumas regiões do país, por isso, a tomada da refinaria é uma dura derrota para o governo liderado pelo primeiro-ministro xiita Nouri al Maliki.

A origem do EIIL é o chamado Estado Islâmico do Iraque, uma aliança de organizações radicais nascida sob os auspícios da Al Qaeda em território iraquiano em outubro de 2006, durante a ocupação americana. Em abril de 2013, o Estado Islâmico do Iraque acrescentou “e do Levante” ao seu nome e anunciou que começaria a operar também na Síria, o que colocou o grupo em rota de colisão com a cúpula da Al Qaeda, que pede que o grupo limite suas ações ao Iraque. O objetivo do EIIL, considerado ainda mais radical que a Al Qaeda, é criar um emirado islâmico num região entre a Síria e o Iraque. A organização tem seu principal ponto de resistência na província iraquiana de Anbar, no oeste do país, de maioria sunita e cenário de fortes enfrentamentos com o Exército nos últimos meses.

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