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Irã oficializa acordo com Argentina para investigar atentado

Mahmoud Ahmadinejad dispensou aprovação do Congresso e colocou pacto em vigor. Documento prevê criação de uma “comissão da verdade” para investigar ataque contra centro judaico na Argentina

Por Da Redação
20 Maio 2013, 18h51

O governo iraniano não esperou o Parlamento se pronunciar oficialmente para colocar em vigor o acordo com a Argentina para investigar um atentado realizado em 1994 contra o centro de comunidade judaica Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O ataque teve um saldo de 85 mortos e mais de 300 feridos – e oito iranianos são acusados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) de envolvimento no crime.

Segundo o jornal argentino Clarín, o governo de Mahmoud Ahmadinejad recorreu ao próprio acordo para passar por cima do Legislativo. Um artigo do documento diz que o acordo “será remetido aos órgãos relevantes de cada país, seja o Congresso ou outras instituições”. Desta forma, continua o jornal, o Irã tenta “acabar com as especulações” na Argentina devido à demora na aprovação do texto. Na Argentina, o governo de Cristina Kirchner apressou a votação no Congresso. O acordo foi assinado no final de janeiro e um mês depois, já havia passado pelo Senado e pela Câmara – onde o oficialismo recorreu a uma manobra para conseguir os votos necessários.

Reinaldo Azevedo: Acordo é tapa na cara da comunidade judaica

Com a aprovação pelo governo iraniano, entra em vigor o acordo que cria uma “comissão da verdade” conjunta, formada por juristas “independentes”, que ficará responsável por revisar as atuações judiciais em relação ao atentado e recomendar um plano de ação para seu esclarecimento. O Irã nega que qualquer cidadão do país esteja envolvido no ataque. Em fevereiro, o país também negou que seu ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, seria interrogado pela Justiça argentina como parte do acordo. A Justiça de Buenos Aires exige desde 2006 a extradição de oito iranianos envolvidos com o atentado. Ahmad Vahidi está entre eles, assim como o ex-presidente Ali Rafsanjani e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati.

A Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia) reagiu à aprovação do acordo pelo governo iraniano. “Um regime que viola os direitos humanos, que nega o Holocausto, que incentiva o terrorismo e apoia foragidos da Justiça, envolvidos em delitos de lesa-humanidade, não deveria ser aceito como contraparte por nosso país”, afirmou, segundo informação do jornal argentino La Nación. A entidade lembrou ainda que quatro envolvidos no atentado são candidatos à Presidência no Irã, “o que evidencia uma zombaria sinistra em relação ao acordado”.

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