Investigação falha em desvendar motivos do massacre em Newtown
Relatório sobre ataque que deixou vinte crianças mortas em dezembro do ano passado cita "obsessão" de atirador por ataques como o da escola Columbine
A investigação sobre o massacre em uma escola primária em Newtown, Connecticut, concluiu que o atirador agiu sozinho e tinha “problemas mentais significativos”, mas foi incapaz de determinar de forma conclusiva a motivação de Adam Lanza para matar vinte crianças e seis adultos no dia 14 de dezembro de 2012.
Um relatório de mais de quarenta páginas, divulgado na segunda-feira, 25, pelas autoridades de Connecticut, afirma que o jovem de 20 anos “era familiarizado e tinha acesso a armas de fogo e munição e tinha uma obsessão por massacres, em particular o ocorrido em abril de 1999 no colégio Columbine, no Colorado”. Doze estudantes e um professor foram mortos no ataque daquele ano, realizado por dois jovens.
O ataque em Newtown durou menos de 11 minutos e foi planejado antecipadamente, apontou a investigação. “As provas mostram claramente que o atirador planejou suas ações, incluindo o suicídio, mas não há uma indicação clara de por que ele fez isso ou por que teve como alvo a escola Sandy Hook“, diz o relatório, segundo a rede CNN.
Na manhã do massacre, Lanza matou a mãe com vários tiros antes de ir para Sandy Hook, onde ele havia estudado entre 1998 e 2003. Mas as investigações apontam que ele não teve nenhum contato anterior com ninguém da escola no dia do ataque. O relatório aponta ainda que o atirador “indicava que amava a escola e gostava de ir até lá”.
O relatório afirma que os problemas mentais afetavam a capacidade de Adam viver uma vida normal e interagir com outras pessoas. “Qual a contribuição disso para o ataque, se houve alguma, é algo desconhecido, uma vez que os profissionais da área de saúde mental que estiveram com ele não viram nada que pudesse predizer seu comportamento futuro”. Exames apontaram que o jovem não havia bebido ou ingerido drogas.
O massacre em Newtown ocorreu menos de cinco meses depois de um ataque semelhante em um cinema em Aurora, no Colorado. Os casos reacenderam o debate nos Estados Unidos sobre saúde mental, controle de armas e segurança nas escolas. Depois das mortes na escola infantil, alguns estados americanos, incluindo Connecticut, aprovaram novas regras sobre armamentos e munições.
No Parlamento, o debate sobre uma legislação nacional relativa ao controle de armas proposto por Obama não avançou. A oposição vota de acordo com a opinião do eleitorado, que é contra restrições ao direito de ter uma arma.