Incursão chinesa em ilhas volta a elevar tensão com Japão
Oito navios chineses se aproximaram do disputado arquipélago das Senkaku nesta terça-feira, provocando um protesto formal das autoridades japonesas
Oito navios chineses entraram nesta terça-feira nas águas das disputadas ilhas Senkaku, administradas pelo Japão, mas reivindicadas por Pequim. A incursão irritou as autoridades japonesas, que realizaram um protesto formal e convocaram o embaixador da China no país para prestar esclarecimentos. O ministro porta-voz do Japão, Yoshihide Suga, considerou o episódio “extremamente lamentável”.
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A tensão em torno das Senkaku – um conjunto de oito ilhotas também chamadas de Diaoyu pelos chineses – vem aumentando desde setembro, quando o Japão comprou de um proprietário privado três das cinco ilhas do desabitado arquipélago, situado no Mar da China Oriental e com apenas sete quilômetros de extensão. Acredita-se que a zona na qual se encontram as ilhas, cuja soberania também é reivindicada por Taiwan, pode abrigar grandes reservas de hidrocarbonetos.
Incursões de navios – ou até mesmo aviões – chineses na área não são incomuns, mas a nova ofensiva de Pequim representa a maior presença de embarcações chinesas no arquipélago desde o aumento das tensões. Além dos oito navios que se aproximaram das ilhas Senkaku, outros dois permaneceram de prontidão fora da zona do arquipélago.
Ressentimentos – O ato de desafio da China acontece no mesmo dia em que 170 parlamentares japoneses visitaram o santuário de Yasukuni, em Tóquio, um memorial que lembra os mais de dois milhões de soldados mortos a serviço do Império do Japão. Para o país rival, o local é uma lembrança das atrocidades cometidas pelos japoneses durante a ocupação de parte da China entre 1937 e 1945. A visita dos parlamentares ao santuário também incomodou a Coreia do Sul, que cancelou a viagem de seu chanceler a Tóquio, agendada para esta semana.
(Com agências EFE e France-Presse)