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Hamas lança foguete contra Jerusalém

Cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos e reivindicada como capital de Israel fica a aproximadamente 70 quilômetros do território palestino

Por Da Redação
16 nov 2012, 12h43

Sirenes de ataque aéreo soaram em Jerusalém por alguns instantes nesta sexta-feira, e a Rádio do Exército de Israel informou que o alerta era para as cidades israelenses próximas à cidade sagrada. Na Faixa de Gaza, o braço militar do Hamas confirmou que lançou um foguete de longo alcance contra Jerusalém, a cerca de 70 quilômetros do território palestino. Não há mortes registradas até o momento.

Esta foi a primeira vez que a cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos foi alvo de um ataque a partir de Gaza. A cidade foi preservada por militantes palestinos e outros grupos contrários à reivindicação israelense de tê-la como capital. Até mesmo Saddam Hussein evitou bombardear Jerusalém durante a Guerra do Golfo de 1991, lembrou o jornal The New York Times. Segundo o jornal israelense Haaretz, foi também a primeira vez que um foguete foi lançado contra a cidade desde 1970. A publicação afirmou que o projétil caiu em Gush Etzion, ao sul de Jerusalém.

A rede BBC citou declaração divulgada pela TV Al-Aqsa, do Hamas, afirmando que pela primeira vez as brigadas Al-Qassam haviam lançado um míssil de longo alcance contra o Parlamento israelense (Knesset), na capital.

A chegada do primeiro-ministro do Egito, Hisham Kandil, à Faixa de Gaza nesta sexta-feira não foi suficiente para pôr fim, ainda que temporariamente, aos ataques entre israelenses e palestinos. Em um ataque aéreo israelense contra o norte de Gaza, pelo menos três palestinos morreram. Já o grupo terrorista Hamas lançou mais um foguete em direção à cidade israelense de Tel Aviv, que, segundo a polícia, também caiu no mar, próximo à cidade. Segundo o governo de Israel, foi o Hamas que não respeitou a curta trégua de três horas durante a visita do chefe de governo egípcio, que já deixou a região.

Leia também: Tel Aviv é alvo de mísseis lançados a partir de Gaza

De acordo com fontes palestinas, os aviões israelenses bombardearam um grupo de habitantes na área de Nazila, norte da Faixa de Gaza. O porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu que a quebra de acordo partiu dos palestinos. “O Hamas não respeita a visita do primeiro-ministro egípcio a Gaza e viola a trégua temporária com a qual Israel concordou durante a visita”, disse Ofir Gendelman. Israel concordara com uma trégua condicional e destacou que suspenderia os ataques desde que não acontecessem disparos hostis a partir de Gaza contra o território israelense.

Negociação – Durante a visita a Gaza, Kandil afirmou que seu país vai intensificar os esforços para obter uma trégua entre os grupos armados palestinos e Israel. Ele classificou os ataques de Israel ao território palestino como atos de agressão. “O Egito não vai economizar esforços para alcançar uma trégua”, disse Kandil durante visita a um hospital de Gaza. Kandil ressaltou ainda que sua visita a Gaza, a mais importante destes cinco anos e meio em que a região está sob controle do Hamas, é uma “demonstração de solidariedade”, mas também de “apoio físico”.

O premiê convocou as facções palestinas “a se unirem para pôr fim às disputas e divisões porque o poder do povo palestino vem de sua união”. Ele deixou a região após as orações do meio-dia. O Egito, que atualmente tem um governo islâmico considerado ideologicamente próximo ao Hamas, já negociou tréguas anteriores entre Israel e militantes palestinos na Faixa de Gaza. Kandil disse que o Egito, que assinou um tratado de paz com Israel em 1979, defende a criação de um estado palestino tendo Jerusalém como capital.

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Operação israelense – O exército israelense começou a mobilizar nesta sexta-feira 16.000 reservistas para a operação “Pilar de Defesa” contra os grupos armados de Gaza, informou uma fonte militar. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, aprovou na quinta-feira a convocação de até 30.000 membros da reserva, que podem ser mobilizados a qualquer momento. A operação “Pilar de Defesa” foi ativada na quarta-feira à tarde, com o assassinato em Gaza de Ahmad Jabari, comandante militar do grupo radical Hamas.

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Desde quarta-feira, os ataques contra Gaza deixaram ao menos 28 palestinos mortos, incluindo crianças, e 235 feridos, de acordo com fontes palestinas. Os palestinos dispararam quase 300 mísseis contra Israel e alguns atingiram a periferia de Tel Aviv. Três israelenses morreram na quinta-feira quando um dos projéteis atingiu um prédio residencial no sul do país.

Reação – A União Europeia (UE) admitiu, nesta sexta-feira, que Israel tem o direito de defesa, mas pediu ao país uma “resposta proporcional” aos ataques dos grupos palestinos na Faixa de Gaza. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou estar “profundamente preocupada com a escalada de ataques” e lamentou a perda de vidas nos dois lados.

O governo dos Estados Unidos pediu na quinta-feira a Egito e Turquia que utilizem sua influência com os palestinos para acabar com os disparos de foguetes a partir de Gaza, ao mesmo tempo que considerou que o Hamas deve interromper os ataques “injustificáveis” contra Israel.

(Com agências Reuters e EFE)

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