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Governo interino defende ação policial no Egito

Número de mortos civis chega a 235. Ministro diz que 43 policiais morreram

Por Da Redação
14 ago 2013, 17h55

As forças de segurança do Egito tiveram de acabar com os acampamentos montados por apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi para “restaurar a segurança” no país, afirmou o premiê interino Hazem al-Beblawi. “Notamos que as coisas saíram um pouco do controle. O estado tinha a necessidade de intervir para restaurar a segurança”, disse o primeiro-ministro, que convidou grupos de direitos humanos a irem ao país para supervisionar as ações das forças de segurança.

Entenda o caso

  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição, que não foi aceito pelos membros da Irmandade Muçulmana.

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Pouco depois, o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim fez um pronunciamento no qual afirmou que as duas áreas ocupadas por membros da Irmandade Muçulmana foram totalmente liberadas e acrescentou que “nenhuma outra ocupação em nenhuma praça de nenhum lugar do país será permitida”. Disse ainda que 43 policiais foram mortos e defendeu a ação das forças de segurança, dizendo que as forças de segurança foram surpreendidas pelo ataque dos apoiadores de Mursi. “Houve uma tentativa dos partidários da irmandade de disseminar o caos pelo país. Alguns atacaram centros policiais”, afirmou, ressaltando que a ação para dispersar os manifestantes ocorreu de acordo com os níveis internacionais de “autocontenção”. “Nós agimos segundo o mandato nos dado pelo gabinete para dispersar acampamentos e de acordo com o plano para minimizar a possibilidade de vítimas. Demos ordens claras para que não fossem usadas armas durante o processo de dispersão”.

A declaração do ministro vai contra os relatos de testemunhas, incluindo jornalistas, que disseram ter ouvido disparos. Segundo a TV estatal, o número de mortos já chega a 235, e são mais de 2 000 os feridos, segundo fontes da área de saúde. Com os 43 policiais mortos, segundo o ministro do Interior, o número de vítimas chega perto de 280, no dia de maior violência no país desde a revolução de 2011 que derrubou a ditadura de Hosni Mubarak. A rede Al Jazira informou que 61 vítimas morreram durante a dispersão da praça de Rabaa al-Adawiya, a principal ocupação de apoiadores de Mursi no Cairo. Outras 21 pessoas morreram na praça Nahda. Também houve mortes na cidade de Alexandria.

Ibrahim disse que armas foram apreendidas e que manifestantes foram detidos e interrogados, mas negou a informação de fontes policiais sobre a prisão de lideranças da Irmandade Muçulmana. Depois dos confrontos, o vice-presidente interino Mohamed El-Baradei renunciou ao cargo. Em uma carta endereçada ao presidente Adly Mansour, El-Baradei afirmou que não conseguia “arcar com a responsabilidade pelo derramamento de sangue”. A crise levou o governo do Egito a decretar estado de emergência e um toque de recolher no país.

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Estados Unidos – O secretário de estado americano John Kerry classificou a ação da polícia egípcia de “deplorável” e alertou que o massacre atenta contra as aspirações democráticas do país. “Exigimos que o governo respeite os direitos de livre expressão e resolva esta situação de forma pacífica. Não haverá solução após uma polarização. Este é um momento crucial para o Egito. O caminho através da violência só levará a uma grande instabilidade. O mundo está olhando para o Egito e está muito preocupado”.

No dia 3 de julho, o Exército anunciou que Mohamed Mursi, eleito um ano antes, não era mais presidente do Egito. O golpe veio depois de dias de protestos contra o governo do membro da Irmandade Muçulmana, que não conseguiu resolver os problemas na economia e ainda tentou usar a democracia para acabar com a democracia. Depois da deposição, Mursi foi preso – e assim permanece, em local desconhecido. Membros da irmandade também foram detidos. Seus apoiadores, no entanto, não reconheceram o governo interino e passaram a exigir a volta de Mursi ao poder.

(Com agência Reuters)

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