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Glenn Greenwald inicia novo projeto com denúncia contra drones

Responsável por publicar os primeiros documentos vazados por Snowden, o americano afirma que a NSA tem trabalhado em ataques que vitimaram civis

Por Da Redação
10 fev 2014, 17h16

O jornalista americano Glenn Greenwald, que publicou no jornal The Guardian os primeiros documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden sobre a espionagem dos Estados Unidos, lançou nesta segunda-feira o primeiro de uma série de projetos que serão desenvolvidos com o apoio financeiro do empresário Pierre Omidyar, o fundador do site de leilões eBay. Batizado de The Intercept, o portal trouxe uma reportagem, escrita por Greenwald e Jeremy Scahill, sobre os métodos da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) dos Estados Unidos que estão sendo utilizados no programa de drones (aviões não tripulados) operado para matar terroristas. Segundo a reportagem, a agência tem assassinado civis por não conseguir precisar a exata localização dos extremistas.

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Além de contar com as informações dos arquivos de Snowden, o Intercept ouviu um ex-operador do programa militar de drones na Junta de Comando de Operações Especiais (JSOC, em inglês) que também trabalhou na NSA. A fonte afirmou ao portal que civis foram mortos em ataques planejados com base na localização dos chips de celulares usados por supostos terroristas. Segundo a reportagem, a NSA tem pinçado informações do banco de metadados das comunicações espionadas ao redor do mundo para rastrear a localização de terroristas islâmicos. A prática, no entanto, é facilmente burlada pelos guerrilheiros, que trocam os chips com outros jihadistas ou distribuem os dispositivos para seus parentes.

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Segundo o ex-operador da JSOC, os ataques com drones são muitas vezes operados sem que os serviços de inteligência tenham certeza se o alvo em questão está com o chip rastreado. “É como se nós estivéssemos mirando um celular. Nós não vamos atrás de pessoas, vamos atrás de celulares, na esperança de que a pessoa atingida pelos mísseis seja o cara malvado”, disse a fonte. A denúncia contradiz os últimos discursos do presidente Barack Obama, que defendeu o programa de drones no ano passado dizendo que “antes de qualquer ataque, deve existir a certeza de que nenhum civil será morto ou ferido.”

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O programa de drones mantido pelo governo dos Estados Unidos é um dos principais alvos de outros governos e grupos de direitos humanos. O Centro de Jornalismo Investigativo calculou que a metodologia impregnada no uso de aviões não tripulados deixou 273 civis mortos no Paquistão, Iêmen e Somália durante a administração Obama. Questionada sobre a denúncia, a NSA se recusou a fazer qualquer comentário. Caitlin Hayden, uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, também não quis discutir detalhes das operações militares. Quanto ao pouquíssimo uso de inteligência humana para apurar os dados transmitidos pelas máquinas, Caitlin afirmou que os agentes têm papel fundamental para averiguar se algum civil foi morto e ferido somente depois de um ataque ser coordenado contra um alvo suspeito.

Lançamento – O Intercept também veiculou nesta segunda uma reportagem com fotos inéditas dos prédios utilizados pelas agências de segurança nacional nos Estados Unidos. Segundo um comunicado divulgado pelos editores, o lançamento do site foi antecipado para intensificar a luta contra os ataques sofridos pelos jornalistas encarregados de escrever reportagens sobre as práticas do serviço secreto americano. O diretor de inteligência, James Clapper, chegou a dizer no Congresso que Snowden tinha cometido crimes com a ajuda de “cúmplices”, em uma clara referência aos repórteres que receberam os documentos secretos. “Nada disso nos deterá”, disseram os editores. No futuro, o Intercept também deverá contar com uma coluna pessoal do próprio Greenwald.

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