Fukushima distribuirá medidor de radioatividade a crianças
Cerca de 34.000 estudantes devem receber um aparelho a partir do fim do ano
As autoridades de Fukushima anunciaram, nesta terça-feira, que irão distribuir dosímetros a cerca de 34.000 estudantes para controlar sua exposição à radioatividade. A prefeitura da cidade, situada a 60 quilômetros da usina nuclear onde uma série de vazamentos foi desencadeada depois que um terremoto seguido de um tsunami atingiram o Japão em março, prevê distribuir os medidores em centros pré-escolares, colégios e institutos da cidade a partir do último trimestre deste ano.
Além disso, os pais de crianças com menos de três anos poderão solicitar nos escritórios municipais um desses aparelhos, cuja venda disparou desde o início da crise nuclear. A distribuição dos dosímetros faz parte de uma campanha para garantir a saúde das crianças e dos jovens, e que incluirá ainda exames de saúde detalhados uma vez por mês, indicou a agência local Kyodo.
As autoridades de Fukushima tomaram essa decisão depois que a prefeitura de Date, na mesma província, adotou uma medida similar ao detectar em zonas isoladas do município níveis de radioatividade acima do limite recomendado. O acidente na usina levou o governo japonês a evacuar um raio de 20 quilômetros em torno da central e a declarar a área como zona de exclusão. Além disso, recomendou aos moradores entre 20 e 30 quilômetros que permanecessem trancados em suas casas ou deixassem o lugar, e evacuou outras cinco localidades situadas a até 40 quilômetros, nas quais se detectou elevada radioatividade.
Descontaminação – Enquanto isso, a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra a central nuclear, se prepara para iniciar os trabalhos de descontaminação de água radioativa na área. A central construída para este fim começará a operar na próxima sexta-feira, anunciou a companhia nesta terça. O processo deveria começar a funcionar em 15 de junho, mas a inauguração foi adiada em dois dias, devido a problemas detectados durante os testes.
O grupo nuclear francês Areva e a empresa americana Kurion terão a missão de tratar as quase 100.000 toneladas de água altamente radioativas acumuladas nos edifícios dos reatores e das turbinas de Fukushima. Esses efluentes impedem os operários de entrar nas instalações para reativar os circuitos de resfriamento do combustível nuclear, danificados por uma onda de 14 metros de altura que atingiu a central. A central de descontaminação tem capacidade para tratar 1.200 toneladas de efluentes por dia.
(Com agências EFE e France-Presse)