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França vai liderar intervenção na República Centro-Africana

Por unanimidade, Conselho de Segurança da ONU decidiu enviar tropas para conter o banho de sangue no país

Por Da Redação
6 dez 2013, 12h02

O presidente francês, François Hollande, anunciou na noite de quinta uma ação militar “imediata” no país africano. Em declarações feitas durante um curto pronunciamento transmitido pela televisão, Hollande afirmou que “a intervenção francesa será rápida” e “não deve durar muito”. Ele acrescentou que o governo “dará todas as explicações ao Parlamento na semana que vem”.

Dezenas de pessoas morreram nesta quinta-feira em novos confrontos na República Centro-Africana, antes da votação de uma resolução da ONU que autorizou o envio de uma força internacional liderada pela França ao país. No total, 54 corpos foram encontrados na sala de orações e no pátio interno da mesquita do bairro PK5 de Bangui, capital do país, com sinais de ferimentos causados por facadas e tiros. “Os corpos foram trazidos de manhã por moradores do bairro”, explicou um responsável pela mesquita, enquanto uma multidão procurava parentes desaparecidos. Nas ruas próximas, os jornalistas de agências internacionais contabilizaram 25 corpos abandonados.

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A ONG Médicos Sem Fronteiras indicou dez mortos e 65 feridos em um hospital da capital após enfrentamentos ocorridos durante a noite. Mas o registro deve aumentar, já que, até o momento, não há informações de outros hospitais. O presidente Michel Djotodia declarou toque de recolher noturno e 250 soldados franceses, dos 600 já mobilizados no país, tomaram posições no centro de Bangui.

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Conselho de Segurança – Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU autorizou a França a intervir em apoio a uma força panafricana, com o objetivo de restabelecer a ordem em sua antiga colônia. A resolução –aprovada pelos quinze membros do Conselho– determina que as tropas francesas poderão “adotar todas as medidas necessárias para apoiar a MISCA (força panafricana) no cumprimento de seu mandato”. A MISCA, que contará com cerca de 2 500 homens, vai atuar com um mandato de doze meses, renováveis por outros seis, e sua missão consistirá em “proteger os civis, restabelecer a ordem e a segurança, estabilizar o país” e facilitar a chegada de ajuda humanitária.

Pouco antes da votação, o primeiro-ministro centro-africano, Nicolas Tiangaye, destacou a “urgência” da situação e pediu uma mobilização “imediata” dos soldados franceses. “Levando-se em consideração a emergência, meu desejo é que a intervenção seja realizada o mais rápido possível”, disse Tiangaye, que está em Paris para participar de uma cúpula sobre a paz e a segurança na África.

O presidente francês, François Hollande, que fez seu pronunciamento depois de uma reunião com o Estado-Maior das Forças Armadas, pode enviar já neste fim de semana um reforço de 600 militares. O governo britânico propôs apoio logístico para a operação. O porta-voz do serviço diplomático europeu, Michael Mann, informou que a União Europeia (UE) estuda um apoio essencialmente financeiro à intervenção das tropas africanas e francesas. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, saudou em um comunicado a resolução adotada pelo Conselho de Segurança e disse que a UE vai “contribuir”.

Histórico – A República Centro-Africana está mergulhada no caos desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé em março. Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu depois o controle do país, e grupos rivais cristãos e muçulmanos travam desde então pesados confrontos. O temor das atrocidades provocou o êxodo de dezenas de milhares de pessoas.

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Segundo a FAO (agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura), cerca de 1,3 milhão de centro-africanos “precisam de ajuda alimentar urgente por causa dos distúrbios”. Os registros dessa guerra civil envolvem diversas barbaridades cometidas em incursões das forças de segurança e de milícias às aldeias, com execuções sumárias e estupros em massa.

Esta será a segunda intervenção de tropas francesas na África este ano, depois da operação lançada em janeiro para expulsar grupos radicais islâmicos que tinham tomado o controle do norte do Mali.

(Com agência France-Presse)

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