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Exército sudanês mata líder de grupo rebelde de Darfur

Morte de Khalil Ibrahim, do Movimento de Justiça e Igualdade (MJI), foi confirmada pelo governo do Sudão neste domingo

Por Da Redação
25 dez 2011, 16h43

O Exército do Sudão executou na noite de sábado o rebelde Khalil Ibrahim, líder máximo do principal grupo insurgente de Darfur, o Movimento de Justiça e Igualdade (MJI), na região sudanesa de Cordofão.

Em declarações à emissora de televisão oficial neste domingo, o porta-voz das Forças Armadas sudanesas, Khalid al-Sawarmy Saad, anunciou que ‘o Exército conseguiu matar o rebelde Khalil em um combate que ocorreu no oeste de Wed Banda, na província de Cordofão do Norte’, vizinha a Darfur, no oeste do país.

Ibrahim, de 54 anos, dirigia-se à República do Sudão do Sul quando seu comboio foi interceptado por soldados que o tinham seguido, utilizando informações dadas pelos habitantes da região, que alertaram de sua presença em Wed Banda, explicou o porta-voz militar.

Além de Ibrahim, pelo menos 30 combatentes do MJI morreram nos confrontos que foram desencadeados pouco depois e que prosseguiram durante este domingo.

O irmão do líder rebelde, Jibril Ibrahim, responsável de Relações Exteriores do MJI, confirmou a morte de Khalil, mas se limitou a afirmar que foi morto em confrontos ocorridos na província de Cordofão do Norte, sem fornecer mais detalhes. Além disso, considerou que ainda é cedo para falar da escolha de um substituto para Khalil à frente do MJI.

Líder opositor – Com a morte de Ibrahim, que era médico, sai de cena um dos principais inimigos do regime de Omar al-Bashir. O ministro sudanês de Informação, Abdullah Ali Masar, considerou este fato como “uma vitória do Governo sudanês e o começo da derrota dos rebeldes de Darfur”.

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Como fundador do MJI, Khalil começou a luta armada contra o regime de Cartum em fevereiro de 2003, junto ao Movimento de Libertação do Sudão (MLS), liderado por Abdul Wahid al Nur, em protesto pela pobreza e a marginalização que os habitantes de Darfur sofriam.

Em maio de 2008, foi lançada uma ofensiva contra Omdurman, setor oeste de Cartum, na qual morreram 255 insurgentes e 77 membros das forças de segurança. Após esse ataque, dezenas dos combatentes do MJI foram condenados à morte, incluindo dois dos irmãos de Ibrahim.

Depois da ofensiva, o MJI tomou parte em negociações de paz, promovidas pelo Catar, e assinou dois memorandos de entendimento com o governo sudanês, mas suspendeu sua participação ao considerar que era inútil negociar com o regime, ao qual acusou de manter uma atitude inflexível.

Em maio de 2010, Cartum pediu à Interpol (polícia internacional) a detenção de Ibrahim pelo ataque de 2008 contra Omdurman, enquanto as autoridades do Chade retiraram o apoio que lhe tinham dado até aquele momento, visto que suas diferenças com o governo do Sudão haviam terminado.

Os dois países assinaram um acordo de normalização de relações em janeiro de 2010, no qual se comprometeram a não apoiar movimentos armados opositores do outro Estado.

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Assim, quando Ibrahim, tentou entrar em Darfur através do Chade, em maio do ano passado, após uma viagem ao Egito, as autoridades chadianas o impediram e ele teve de se refugiar em Trípoli, protegido por Muammar Kadafi.

Depois de mais de um ano na Líbia, Ibrahim retornou a Darfur em 11 de setembro deste ano após um apelo do MJI à comunidade internacional, que pediu o resgate de seu líder depois que Kadafi fugiu de Trípoli por conta do avanço dos revolucionários líbios.

O conflito de Darfur já deixou mais de 300 mil mortos e 2,7 milhões de refugiados, segundo dados da ONU.

(com agência EFE)

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