Exército sírio diz controlar bairro de Alepo; rebeldes negam
Outros dois generais sírios se refugiam na Turquia, junto com 2.000 civis
O exército sírio retomou nesta quarta-feira o controle do bastião rebelde em Alepo, o bairro de Salahedin, onde entrou com tropas e carros blindados, anunciou a agência oficial Sana. A informação, contudo, foi rapidamente desmentida pelos grupos armados opositores ao governo.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Leia mais no Tema ‘Guerra Civil na Síria’
“As forças armadas têm o controle total de Salahedin, onde provocaram muitas baixas nos grupos terroristas”, disse a Sana. Já o coronel rebelde Abdel Jabar al-Oqeidi afirmou que ocorreu “um ataque bárbaro e selvagem, mas é falso que o regime tenha retomado o controle do bairro”.
Turquia – Também nesta quarta-feira, as autoridades turcas informaram que outros dois generais sírios buscaram refúgio na Turquia, junto com o maior grupo de militares a desertar e mais de 2.000 civis, o que eleva para 28 o número de generais do país árabe exilados. Os dois generais fizeram parte de um grupo de 37 militares, que incluía também dois coronéis, um tenente-coronel, um capitão e outros oficiais inferiores.
Os militares, junto com suas famílias, foram transferidos ao acampamento de Apaydin na mesma província, reservado a oficiais sírios desertores, enquanto os civis foram levados ao acampamento estabelecido na província de Sanliurfa, de acordo com o procedimento habitual. A deserção dos generais ocorre logo depois de o governo jordaniano confirmar que o ex-premiê sírio Riad Hijab está em seu território após partir para o lado dos rebeldes.
Refúgio – No total, 2.399 refugiados pediram asilo, desde ontem à noite, ao chegar à fronteira no município de Reyhanli, na província turca de Hatay, a 50 quilômetros de Alepo, onde ocorrem intensos combates entre o regime sírio e comandos rebeldes. Os 2.399 refugiados de hoje se somam aos 1.137 de ontem, entre os quais havia também um general, e tudo indica que há um êxodo em massa provocado pelos combates de Alepo.
Até ontem, a maior parte dos civis deslocados preferia ficar perto da fronteira, em território sob domínio rebelde, devido à má fama do acampamento de Sanliurfa, destino obrigatório para os recém-chegados. Porém, tudo indica que, na terceira semana de combates em Alepo, as condições na Síria se tornaram piores para a população civil deslocada, e que a Turquia se transformou mais uma vez no refúgio de grandes contingentes de desabrigados. O número de refugiados sírios na Turquia, distribuídos nas províncias de Hatay, Kilis, Gaziantep e Sanliurfa, já se aproxima dos 50.000.
(Com agências EFE e France-Presse)