Ex-ministro é condenado por crimes durante a Guerra da Bósnia

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) condenou nesta quarta-feira Mico Stanisic, ex-ministro do Interior dos sérvios da Bósnia, a 22 anos de prisão por crimes contra a humanidade durante a Guerra da Bósnia (1992-1995). A Corte considerou que ele tinha o objetivo de criar um Estado sérvio “etnicamente puro”, o que resultou em assassinatos, tortura, detenções arbitrárias e deportações. A mesma sentença foi dada ao seu ex-subordinado, o chefe de segurança Stojan Zupljanin. A acusação pedia prisão perpétua para os dois.

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“Enquanto ministro do Interior, Stanisic deveria proteger o povo, mas ele fracassou em sua missão ao não tomar as medidas necessárias para proteger os muçulmanos, os croatas e os outros não-sérvios da Bósnia”, declarou um dos magistrados.

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Mico Stanisic, de 58 anos, se entregou em 2005, enquanto Stojan Zupljanin, de 61 anos, foi preso em 2008 perto de Belgrado, depois de mais de nove anos na clandestinidade. O julgamento dos dois réus, que se declararam inocentes, teve início no dia 14 de dezembro de 2009. De acordo com o tribunal, Stanisic tinha estreia relação com Radovan Karadzic, líder político dos sérvio-bósnios na época e atualmente julgado por genocídio pelo TPII, junto com o general Ratko Mladic.

O presidente da Associação das Vítimas e Testemunhas do Genocídio da Bósnia, Murat Tahirovic, disse estar satisfeito com as sentenças. “Devemos, contudo, ser cautelosos e esperar o apelo da sentença. As últimas decisões do TPII após apelações foram, no mínimo, bizarras, e espero que não me surpreender como no caso de Momcilo Perisic”. Perisic era chefe do Estado-Maior do exército iugoslavo e foi absolvido em fevereiro, depois de ter sido condenado a 27 anos de prisão por cumplicidade nos assassinatos e perseguições de muçulmanos bósnios.

(Com agência France Presse)