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EUA preparam relatório próprio para justificar ação na Síria

Governo vai apresentar evidências de ataque com armas químicas praticado pelo regime de Assad antes de iniciar ação militar, diz imprensa americana

Por Da Redação
28 ago 2013, 05h52

A Casa Branca não vai aguardar as conclusões dos inspetores da ONU que investigam o uso de armas químicas contra civis pelo regime da Síria e planeja publicar, possivelmente já nesta quinta-feira, evidências de como o ataque químico foi praticado for forças do regime sírio. Dessa forma, os EUA querem justificar um ataque ao país, o que pode ocorrer já nos próximos dias, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal The Washington Post. O escritório do diretor de Inteligência Nacional, que responde diretamente ao presidente Barack Obama, está elaborando um relatório que seria, segundo a publicação e as principais emissoras de TV americanas, um dos últimos passos antes dos Estados Unidos colocarem em prática a intervenção militar contra o governo sírio.

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A ação militar parece quase inevitável depois que o secretário de Defesa, Chuck Hagel, indicou em entrevista à rede britânica BBC que todos estão “prontos” para atacar – provavelmente, instalações militares. O governo Obama estabeleceu um cronograma para poder consultar seus aliados internacionais – Grã-Bretanha, a França e a Turquia sinalizaram que estão dispostos a ajudar os americanos – e o Congresso. Mas não há planos de convocar uma votação sobre o assunto, esclareceu nesta terça o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Carney informou ainda que o país descarta uma ação específica para derrubar o regime do ditador Bashar Assad. A administração Obama considera, por exemplo, ataques de mísseis contra alvos específicos. “As opções que estamos considerando não são sobre uma mudança de regime. Elas são sobre como responder a uma clara violação de normas internacionais que proíbem o uso de armas químicas”.

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Qualquer tentativa de mudar o regime na Síria forçaria os Estados Unidos a mergulhar no conflito, o que Obama quer evitar – o presidente americano já deixou de lado a opção de enviar tropas para o combate. Nos planos dos EUA, Assad deixaria o poder como parte de uma negociação política envolvendo os rebeldes. O problema é que não há uma unidade entre os rebeldes que lutam para derrubar o ditador. Há divisões internas nas coalizões e há grupos jihadistas, como a Frente Al-Nusra. Ou seja, as alternativas ao regime Assad não se apresentam.

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Sem dúvidas – Obama tem nos últimos dias falado com líderes aliados sobre a resposta ao governo sírio. Nesta quarta, o democrata conversou com o premiê britânico David Cameron, cujos assessores em Downing Street divulgaram uma nota oficial sobre a reunião. “Os dois líderes concordaram que todas as informações disponíveis confirmaram que um ataque de armas químicas ocorreu, ressaltando que até mesmo o presidente do Irã e o regime sírio reconheceram isso”. Obama e Cameron concordaram que eles não tinham dúvidas de que o regime de Assad foi responsável, afirma o comunicado.

Na mesma direção, o vice-presidente americano Joe Biden discursou nesta terça-feira, enfatizando que o governo sírio foi claramente responsável pelo ataque com armas químicas contra civis na semana passada e que deve ser responsabilizado pela ação “hedionda”.

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“Não há dúvida sobre quem é responsável por este uso hediondo de armas químicas na Síria: o regime sírio”, disse Biden em um discurso à Legião Americana, um grupo de veteranos, em Houston. “Aqueles que usam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefesas podem e devem ser responsabilizados”.

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Alvos – Apesar de ainda não haver uma decisão sobre qual ação será tomada, eventuais ataques não devem ter como foco locais onde são guardadas armas químicas. Isso porque haveria o risco de um desastre ambiental e humanitário, além da possibilidade de tornar esses locais acessíveis a grupos rebeldes. Desta forma, a ação americana deverá se concentrar em unidades militares que teriam participado do ataque, a artilharia usada para o lançamento dos ataques com armas químicas, e os quartéis generais que supervisionaram a ação.

A informação foi publicada pelo jornal The New York Times com base em declarações de funcionários do Pentágono. Uma questão chave para a administração Obama é saber se uma ação limitada levaria a uma mudança de tática do regime sírio ou enfraquecer o governo Assad a ponto de o ditador buscar uma solução negociada para a guerra civil.

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(Com Estadão Conteúdo, Reuters e EFE)

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