EUA pedem a Rússia entrega de Snowden à Justiça
Ex-técnico da CIA não estava em voo a Havana programado para hoje
Os Estados Unidos pediram às autoridades russas que entreguem o ex-técnico da CIA Edward Snowden à Justiça americana. Ao mesmo tempo, seu paradeiro é desconhecido, visto que ele não embarcou em um avião com destino a Cuba como previsto nesta segunda-feira. No final de semana, Snowden deixou Hong Kong, com ajuda do site WikiLeaks, e seguiu para Moscou. Seu destino final é o Equador, onde buscará asilo. O secretário americano de Estado, John Kerry, chamou o ex-técnico da CIA de “traidor da pátria”.
Acusado de espionagem, Snowden revelou a existência do programa Prism, que permite ao governo americano vasculhar gravações telefônicas e de internet, além do tráfego em redes sociais, de milhões de americanos. A revelação da rede secreta de bisbilhotagem se transformou no mais novo escândalo da gestão Obama e deixou estarrecidos os defensores das liberdades civis.
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“Nós esperamos que o governo russo estude todas as opções disponíveis para expulsar Snowden de volta aos EUA para que ele enfrente a Justiça pelos crimes dos quais é acusado”, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Caitlin Hayden, nesta segunda-feira. Em seu apelo à Rússia, Caitlin citou a “intensa cooperação” entre Washington e Moscou depois do atentado à maratona de Boston e “nosso histórico de trabalho com a Rússia em assuntos criminais, inclusive a entrega de vários criminosos de alto nível de volta à Rússia sob pedido do governo russo”. A “cooperação” entre Rússia e EUA no combate ao terrorismo após os ataques de Boston foi marcada por uma série de acusações de ambas as partes sobre investigação a terroristas.
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Porém, várias fontes de Pequim com conhecimento direto do caso disseram à agência de notícias Reuters que a China preparou um voo para o fugitivo americano para evitar uma batalha de extradição que poderia constranger Pequim e Washington. “Há 100% de certeza de que houve comunicação entre Hong Kong e o governo chinês a respeito de como lidar com Snowden”, disse uma fonte em Pequim à Reuters. “A China não queria ofender os Estados Unidos e estava feliz com a saída de Snowden”, afirmou a fonte.