EUA mantêm programa secreto de bombardeios no Iêmen
CIA orientaria contínuos ataques aéreos contra membros da Al Qaeda, diz o NYT
Os Estados Unidos mantêm uma “guerra encoberta” no Iêmen contra alvos da rede terrorista Al Qaeda, atacando-os com aviões não tripulados), aproveitando o vazio de poder no país, informa nesta quarta-feira o jornal The New York Times.
A campanha secreta americana se nutre dos enfrentamentos que feriram e afastaram do país o presidente Ali Abdullah Saleh, internado em um hospital na Arábia Saudita, segundo o jornal, que cita fontes do governo americano.
Diante da escalada de violência relacionada aos protestos populares, as tropas iemenitas que lutavam contra militantes da Al Qaeda no sul do país voltaram à capital, Sana, indica o New York Times.
Nesse cenário, o governo americano “vê os ataques aéreos como uma das poucas opções que lhe restam para evitar que os militantes consolidem seu poder”, acrescenta o diário.
A campanha é liderada pelo Comando Especial de Operações Conjuntas do Pentágono e coordenada com a Agência Central de Inteligência (CIA), de um posto de controle em Sana que recebe as informações de inteligência sobre os alvos – a CIA considera que o braço da Al Qaeda na Península Arábica apresenta o maior risco imediato para os Estados Unidos
Na sexta-feira da semana passada, os caças-bombardeiros americanos mataram o espião da Al Qaeda Abu Ali al-Harithi e a outros suspeitos de fazer parte da organização, em um ataque no sul do país que matou também quatro civis, indica o periódico.
Semanas antes, aviões não tripulados lançaram um ataque frustrado contra o clérigo radical Anwar al-Awlaki, um dos homens mais procurados pelos Estados Unidos.
Os bombardeios representariam o fim de uma trégua de quase um ano de duração nos ataques aéreos americanos no Iêmen, paralisados diante das denúncias de que algumas das missões tinham errado em seus alvos e provocado mortes de civis.
Segundo um alto funcionário do Pentágono citado pelo New York Times, a perseguição a alvos da Al Qaeda se complicou pelo fato de que seus militantes se misturaram com outros rebeldes e com aqueles que protestam contra o governo.
(com Agência EFE)