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EUA: injeção letal falha e condenado agoniza por mais de meia hora

Sofrimento causado ao detento levou o estado de Oklahoma a suspender outra execução que estava programada para acontecer na noite desta quarta

Por Da Redação
30 abr 2014, 09h00

A injeção letal aplicada na noite de terça-feira em um condenado à morte em Oklahoma falhou e o homem agonizou durante mais de 30 minutos antes de falecer, informaram as autoridades penitenciárias, o que provocou a suspensão da segunda execução programada para o mesmo dia. Segundo a rede CNN, o diretor da prisão ordenou a suspensão da execução de Clayton Lockett cerca de três minutos após a aplicação da injeção, às 18h23 local (20h23 Brasília), assim que percebeu o fracasso da execução. O condenado, no entanto, morreu de crise cardíaca “fulminante” às 19h06 (21h06). A desastrosa execução reacendeu o debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos e sobre as substâncias usadas nas execuções. A governadora de Oklahoma, Mary Fallin, disse que pediu ao “departamento de Prisões uma revisão completa dos procedimentos de execução para determinar o que aconteceu”.

De acordo com a CNN, a veia do preso Lockett “explodiu” durante os procedimentos de sua execução, e isso levou as autoridades a interromper abruptamente o processo na tentativa de descobrir o que deu errado. Lockett agonizou e morreu 43 minutos após a primeira injeção, que deveria tê-lo feito dormir. A execução de Lockett cumpria um inédito protocolo de injeção letal, que nunca havia sido testado. O novo procedimento inclui três produtos: um sedativo, um anestésico e uma dose letal de cloreto de potássio.

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Poucos minutos depois da primeira injeção, o detento iniciou um estado de sofrimento, muito agitado, com o corpo trêmulo, levantando os ombros da mesa de execução, emitiu grunhidos e pronunciou palavras incompreensíveis, segundo a imprensa local, uma informação parcialmente confirmada por Jerry Massie, porta-voz do sistema penitenciária de Oklahoma. Diante do ocorrido, o diretor decidiu adiar, por catorze dias, a execução de Charles Warner, prevista para as 20h00 (22h00) desta terça, informou Jerry Massie, porta-voz das prisões de Oklahoma..

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“Depois de rejeitar durante várias semanas a divulgação de detalhes básicos sobre os medicamentos usados nos procedimentos de injeção letal, esta noite [terça de noite] Clayton Lockett foi torturado até a morte”, denunciou Madeline Cohen, advogada do detento condenado à morte. Clayton Lockett foi condenado à morte no ano 2000 pelo estupro e assassinato de uma jovem que havia sequestrado e enterrado viva. Charles Warner recebeu a pena capital em 1997 pelo estupro e assassinato da filha de 11 meses de sua companheira.

Os dois conseguiram em março o adiamento das execuções por falta de anestésico para as injeções intravenosas. Mas o estado conseguiu obter a substância, mudou o procedimento de execução e os dois condenados esgotaram todos os recursos de apelação. Os advogados desistiram, durante a tarde, de apresentar um último recurso à Suprema Corte.

“Devemos obter respostas completas sobre o que falhou. Deve acontecer uma investigação independente, realizada por uma terceira parte e não pelas autoridades penitenciárias”, afirmou a advogada de Warner em um comunicado. “Também deve acontecer uma autópsia, elaborada por um técnico independente, e deve existir uma transparência total sobre as conclusões”, completou. “O estado deve revelar todas as informações sobre os medicamentos, incluindo o grau de pureza, a eficácia, origem e os resultados de todas as análises”, disse Cohen. “Nenhuma execução pode ser autorizada em Oklahoma sem informações sobre a falha na execução desta noite”, concluiu.

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