EUA dizem que chefe da Al Qaeda ordenou ataque
Ayman al Zawahiri, que sucedeu Osama bin Laden como chefe da rede terrorista, transmitiu ordem à filial no Iêmen, segundo fontes americanas
Comunicações interceptadas pelos Estados Unidos em que Ayman al Zawahiri – que sucedeu Osama bin Laden como chefe da Al Qaeda – ordena à filial do grupo terrorista no Iêmen que realize um ataque levaram o Departamento de Estado americano a fechar missões diplomáticas no Oriente Médio e na África esta semana. A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times nesta segunda-feira, citando fontes da administração Barack Obama.
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Zawahiri teria conversado com o chefe da Al Qaeda na Península Arábica, Nasser al Wuhayshi. Segundo as fontes consultadas pelo jornal, as informações interceptadas revelaram uma das mais sérias conspirações contra os EUA e outros países ocidentais desde os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York. A reportagem destaca que é raro lideranças do grupo terrorista discutirem questões operacionais. Isso e também a natureza iminente do ataque ajudam a explicar por que os Estados Unidos e governos aliados tomaram medidas extraordinárias de fechar representações diplomáticas. As interceptações, no entanto, não revelaram onde os ataques poderiam ser realizados.
O Departamento de Estado americano anunciou que dezenove postos diplomáticos no Oriente Médio e Norte da África permanecerão fechados pelo menos até o próximo sábado. A medida não decorre de novas ameaças, mas sim, indicam o “comprometimento com a cautela e em dar os passos certos para proteger nossos funcionários e visitantes”, indicou um porta-voz do departamento.
Nasser al Wuhayshi, que foi secretário pessoal de Bin Laden, recentemente foi promovido por Zawahiri a número dois da Al Qaeda, o que sinaliza que Zawahiri está tentando compensar o enfraquecimento da rede terrorista no Paquistão passando a trabalhar mais com as filiais, destacou o jornal The Washington Post. “Isso é muito preocupante porque a Al Qaeda na Península Arábica é uma das mais efetivas e ameaçadoras afiliadas”, ressaltou Bruce Hoffman, especialista da Universidade Georgetown.
A interceptação da conversa, contudo, seria apenas um componente de um trabalho mais amplo da inteligência americana que levou à decisão de fechar as representações e emitir um alerta global de segurança. Fontes da inteligência americana disseram à agência Reuters que ainda não há informações sobre alvos ou localizações específicas dos terroristas, mas que a ameaça não diminuiu.