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Engenheiros conseguem soltar Costa Concordia das rochas

Operação para remover o transatlântico acidentado em janeiro do ano passado também poderá resultar no resgate de dois corpos que ficaram desaparecidos

Por Da Redação
16 set 2013, 19h49

Os engenheiros responsáveis pela operação de resgate do navio Costa Concordia conseguiram desprender a embarcação do paredão rochoso no qual está encalhado há mais de vinte meses perto da ilha de Giglio, no oeste da Itália. Segundo a rede BBC, o transatlântico foi movido para cima de uma plataforma construída no fundo do oceano, que possuiu a finalidade de estabilizar o navio. A operação deverá se arrastar por toda a madrugada desta segunda-feira. O naufrágio ocorrido em 13 de janeiro de 2012 deixou trinta mortos – duas pessoas ficaram desaparecidas. A embarcação transportava mais de 4 200 pessoas no dia do desastre.

O mau tempo na região provocou um atraso de três horas no início dos trabalhos nesta segunda-feira. O engenheiro Sergio Girotto disse à rede americana CNN que estava “otimista” de que a operação para desvirar o navio poderia ser concluída em até 12 horas. Com o afastamento considerável do rochedo, a carcaça do cruzeiro deverá ser erguida com mais facilidade para a superfície.

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A operação, avaliada em 800 milhões de dólares, será concluída quando a embarcação estiver completamente de pé. Além de desvirar o navio, também há a expectativa de encontrar os dois corpos que não foram localizados, o da passageira Maria Grazia Trecarichi e do tripulante Russel Rebelli.

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“Está tudo acontecendo muito lentamente, mas com muito cuidado e segurança”, disse a jornalistas o líder da equipe técnica da Costa Cruise, Franco Porcellacchia. “O navio está girando de uma forma uniforme, que é o que esperávamos”, acrescentou.

Uma equipe internacional de 500 engenheiros está na ilha desde o ano passado, estabilizando a embarcação e preparando o início da operação que consiste em endireitá-la, para que o navio possa então ser rebocado para um estaleiro onde será desmontado.

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Grandes seguradoras do setor marítimo acompanham atentamente a operação de resgate do navio – que tem o comprimento de três campos de futebol. Eventuais problemas na operação poderão ter um impacto significativo sobre futuras apólices.

Enquanto equipes de resgate se concentravam na maior operação desse tipo já realizada, sobreviventes do desastre relembravam as vítimas. “Naturalmente, penso nas pessoas que não conseguiram (sobreviver) e, especialmente, naquelas duas famílias que ainda estão à espera de encontrar os restos mortais de seus entes queridos”, disse Luciano Castro, um jornalista de 49 anos que estava no navio quando ele afundou. “Eles ainda devem estar sob a quilha do Concordia e espero que depois disso, finalmente, os familiares possam ter um túmulo sobre o qual chorar de novo.”

Julgamento – O capitão do navio, Francesco Schettino, foi apontado como um dos principais responsáveis pelo acidente. Ele está sendo julgado por uma corte italiana. Além de ser acusado de aproximar demais o transatlântico da costa, provocando o choque, o capitão ainda deixou o local antes que todos os tripulantes e passageiros fossem salvos. Um áudio em que o comandante Gregorio Maria De Falco, da Capitania dos Portos de Livorno, ordena a Schettino que volte ao navio e informe quantas pessoas precisam de resgate foi divulgado dias depois do desastre. Schettino tenta se esquivar e irrita a autoridade marítima. “Você está se recusando?”, pergunta De Falco. “Volte a bordo, c***!!” Após a divulgação, a frase passou a estampar camisetas e outros objetos na Itália.

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Apelidado pela imprensa italiana de “capitão covarde” ou “o homem mais odiado” do país, Schettino enfrenta múltiplas acusações, dentre as quais homicídio culposo múltiplo, abandono de navio, naufrágio, omissão de socorro e danos ao meio ambiente. Até o momento, cinco pessoas foram condenadas, sendo quatro tripulantes e o diretor da empresa proprietária da embarcação. As penas variam de dois anos e dez meses a um ano e meio de prisão. No entanto, nenhum dos condenados foi preso, pois as penas inferiores a dois anos de prisão foram suspensas. No caso das mais longas, cabe apelação, com a possibilidade de serem substituídas por serviços comunitários.

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