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Em transição histórica, Assembleia recebe o poder na Líbia

Na primeira transferência política pacífica da história do país, Congresso formado nas eleições de julho recebe o comando de um país instável

Por Da Redação
9 ago 2012, 04h25

O Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia entregou o poder ao Congresso Geral Nacional (CGN), a Assembleia formada nas históricas eleições de julho, na noite de quarta-feira, em uma cerimônia de grande significado simbólico que marcou a primeira transição democrática do país após quarenta anos da ditadura de Muammar Kadafi.

Entenda o caso

  1. • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
  2. • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
  3. • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
  4. • A caçada pelo coronel terminou em 20 de outubro, quando ele foi morto por rebeldes em sua cidade-natal, Sirte. Um mês depois, seu filho e herdeiro político Saif al Islam foi capturado durante tentativa de fuga.

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Realizado no centro de conferências de um hotel no coração de Trípoli, o evento foi agendado para o período noturno em respeito ao Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos quando todos os fiéis devem jejuar durante o dia.

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“Entrego nossas prerrogativas constitucionais ao Congresso Geral Nacional, que é de agora em diante o representante legítimo do povo líbio”, declarou o presidente do CNT, Mustapha Abdul Jalil, ao passar simbolicamente o poder ao mais velho dos 200 membros do CGN, Mohammed Ali Salim. Pouco antes, os parlamentares prestaram juramento ao presidente da Suprema Corte.

Desafios – Ao discursar para a Assembleia, o presidente do CNT reconheceu “erros” durante o período de transição e alertou os novos detentores do poder sobre os desafios que a Líbia enfrenta na área de segurança. Braço político da rebelião que derrubou Kadafi, o CNT assumiu o comando do país após a morte do antigo ditador, em outubro de 2011, e foi Incapaz de coordenar uma transição pacífica, fracassando em desarmar os ex-rebeldes que combateram Kadafi e que agora fazem parte de milícias descontroladas.

Centenas de pessoas foram à Praça dos Mártires em Trípoli para celebrar a cerimônia, que teve um pequeno incidente em seu início, quando Jalil pediu a substituição da jovem apresentadora do evento, que estava com o cabelo exposto, sem o véu islâmico. “Acreditamos nas liberdades individuais, mas somos muçulmanos e temos nossos princípios. Todo mundo deve entender este ponto”, justificou ele.

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Próximos passos – Ao final da cerimônia, que durou cerca quase uma hora, os congressistas permaneceram na sala para celebrar sua primeira reunião oficial. “Neste momento, o CNT já não existe. Está dissolvido”, declarou o parlamentar Othman Ben Sassi. Agora, o CGN busca eleger o mais rápido possível um novo governo para substituir o Conselho de Transição. Em seguida, o grupo organizará novas eleições baseadas em uma nova constituição.

Na última segunda, membros da Assembleia se reuniram de maneira informal para chegar a um acordo sobre a escolha do presidente e de dois vice-presidentes do organismo dentro de uma semana. Entre os nomes que podem ocupar o cargo presidencial estão os de importantes opositores ao regime de Muamar Kadafi, como Mohamed Al Megarief e Idris Abu Fayed.

(Com agência France-Presse)

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