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Eleição na Catalunha enfraquece busca pela independência

Separatistas catalães vencem pleito, mas fracassam em plano independentista

Por Da Redação
26 nov 2012, 08h50

Os separatistas catalães venceram a eleição local de domingo na região espanhola, mas sem conseguirem o mandato ressonante que esperavam para convocar um referendo sobre a independência. O resultado é um alívio para o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que enfrenta uma profunda recessão e desemprego de 25%, enquanto luta para convencer os investidores sobre a estabilidade fiscal e política do país.

O dirigente da Catalunha, Artur Mas, que implementou impopulares cortes de gastos, havia convocado uma eleição antecipada para testar o apoio à sua nova iniciativa pela independência da região, que é rica, mas está financeiramente em crise. Leia também: Parlamento da Catalunha aprova referendo de autodeterminação

Diferença de status político

  1. A Catalunha é hoje uma região autônoma da Espanha, mas responde ao governo de Madri. Com a crise do euro, movimentos separatistas mobilizaram os catalães a favor da independência total da região. Confira a diferença entre os conceitos:
  2. Independência – Termo jurídico que corresponde à conquista e manutenção da soberania política e econômica de um país.
  3. Autonomia – Juridicamente, é quando um país ou região pode definir suas próprias leis e estatutos, mas não é independente. Os poderes não são plenos e o governo autônomo não pode, por exemplo, criar leis que rivalizem com a legislação do estado soberano, além de não poder ter representação diplomática internacional.
  4. Autodeterminação – Um conceito político sem valor jurídico muito utilizado no período de descolonização da África. Trata-se do direito de um povo de decidir o seu destino e de se governar, sem necessariamente ter um estado soberano. Na Espanha, tem sido usado de modo ambíguo (pode tanto significar “independência” como “autonomia”), especialmente por autoridades que tentam não se comprometer com a questão.

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Eleitores frustrados com a crise econômica e com o sistema tributário espanhol, que eles consideram injusto com a Catalunha, deram quase dois terços das 135 cadeiras do Parlamento regional a quatro partidos favoráveis à convocação de um referendo separatista. No entanto, as urnas puniram o principal partido separatista, o CiU (Convergência e União), cuja bancada caiu de 62 para 50 deputados. Assim, Mas terá dificuldade para liderar uma frente unida pela realização de um referendo que desafia a Constituição e o governo central espanhol. Para José Ignacio Torreblanca, diretor da unidade madrilenha do Conselho Europeu de Relações Exteriores, o presidente catalão “claramente cometeu um erro”. “Ele promoveu uma agenda separatista, e as pessoas lhe disseram que desejam que outras pessoas realizem essa agenda”, disse. Cercado por seguidores que gritavam “independência”, Mas disse que continuará empenhado em convocar o referendo, e acrescentou que “está mais complexo, mas não há necessidade de desistir do processo”. Mas tentou surfar na onda separatista depois que centenas de milhares de pessoas se manifestaram em setembro nas ruas exigindo a independência da Catalunha, região que tem uma língua própria e que se considera diferente do resto da Espanha. Fracasso – Em discurso na noite de domingo aos seus seguidores, Mas reconheceu ter perdido terreno e que, embora o CiU continue sendo o maior grupo no Parlamento catalão, ele precisará de outro partido para governar e aprovar duras medidas de austeridade. “Ficamos aquém da maioria que tínhamos. Estamos governando há dois anos sob circunstâncias muito duras.” A guinada do nacionalista CiU para o separatismo é recente. O mais tradicional partido separatista catalão, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), ficou com a segunda maior bancada parlamentar, com 20 deputados. O Partido Socialista elegeu 20 deputados, e o centro-direitista Partido Popular, de Rajoy, ficou com 19. Três outros dois partidos, incluindo dois pró-referendo, dividiram as demais 25 vagas. Para o analista Torreblanca, o resultado é semelhante ao que tem ocorrido em outros lugares da Europa onde a crise econômica beneficia grupos políticos marginais e castiga os partidos mais tradicionais. Imprensa – A imprensa espanhola destaca nesta segunda-feira o fracasso do projeto de soberania do dirigente nacionalista catalão. “Mas entra para a história”, afirma o jornal El Mundo, antes de acrescentar com ironia que “protagoniza o maior ridículo eleitoral em 30 anos de política autonômica”. “O plano de Mas afunda nas urnas”, afirma o El País. O presidente catalão perde dezenas de milhares de votos apesar da alta participação, recorda o jornal. A imprensa catalã também reconheceu o fracasso do líder nacionalista. O jornal La Vanguardia tem como manchete “Duro castigo a Mas” e considera que o presidente tem o futuro complicado. (Com agência Reuters)

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