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Depois de dez anos de caçada, EUA comemoram a morte de Osama bin Laden – mas já prometem continuar alertas

A espera foi longa, mas a operação para executá-lo, não - em 40 minutos, os americanos enfim acabaram com o terrorista. E o país foi às ruas para festejar

Por Da Redação
2 Maio 2011, 05h22

Obama teve o privilégio de discursar anunciando a notícia aos americanos. Falando ao vivo da Casa Branca, em tom triunfante, o presidente americano encerrou uma década de expectativa pela captura do terrorista

Depois de 3.519 dias, duas guerras e 1,18 trilhão de dólares em gastos militares, “a justiça foi feita”. Foi assim que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do homem mais procurado do planeta, o terrorista mais famoso da história e o mandante do maior atentado já cometido no mundo. O saudita Osama bin Laden, de 54 anos, foi executado com um tiro na cabeça, numa operação militar realizada nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão, neste domingo. A poucos meses do décimo aniversário do 11 de Setembro, os Estados Unidos fizeram uma grande festa para comemorar a morte de seu inimigo número 1, com direito a muita festa em Washington e em Nova York, palcos do ataque cometido pela rede Al Qaeda em 2001. Os americanos, porém, também entraram em alerta, temendo uma reação dos terroristas à morte de seu líder e mentor.

O discurso: Leia e assista a Obama anunciando a morte do terrorista número 1

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A operação, que também matou um dos filhos de Bin Laden, foi realizada por um grupo relativamente pequeno de soldados das forças especiais americanas. Curiosamente, a caçada que se estendeu durante anos a fio foi concluída numa ação rápida – depois de dez anos de perseguição implacável, bastaram quarenta minutos para cercar o esconderijo, invadir o local e acabar com a vida do homem que só pensava em matar. Outra revelação surpreendente que acompanhou a notícia espetacular da morte do terrorista: ao contrário do que se imaginava, Osama bin Laden não estava metido numa caverna numa área remota. Estava, sim, instalado numa mansão milionária, perto da capital paquistanesa. Seu corpo foi recolhido pelas forças americanas e, horas depois, jogado ao mar. Acredita-se que, agora, a liderança da Al Qaeda fique a cargo do egípcio Ayman Al-Zawahiri, número 2 na hierarquia da rede terrorista.

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Obama teve o privilégio de discursar anunciando a notícia aos americanos. Falando ao vivo da Casa Branca, em tom triunfante, o presidente americano encerrou uma década de expectativa pela captura do terrorista: “Boa noite. Hoje, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda, o terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes”. O presidente americano afirmou que deu o sinal verde para a execução, realizada em Abbottabad. “Uma equipe de americanos conduziu a operação com extraordinária coragem e capacidade. Nenhum americano ficou ferido. Eles tiveram o cuidado de evitar vítimas civis. Depois de um tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e assumiram a custódia de seu corpo”. A notícia de que o corpo foi jogada no mar só foi divulgada horas depois.

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A operação teve inicio em agosto do ano passado passado, quando o governo americano conseguiu uma pista certeira sobre o paradeiro do chefe da Al Qaeda. Antes mesmo do anúncio presidencial, a notícia foi confirmada pela imprensa local. Desde então, uma pequena multidão se reuniu rapidamente diante da Casa Branca – com bandeiras, num clima de festa, que lembrava a comemoração pela vitória numa guerra. Os ex-presidentes americanos e os chefes de estado estrangeiros também comemoraram a notícia. Mas a celebração mais significativa ocorreu em Nova York, onde milhares de pessoas saíram às ruas – perto da Times Square e também do Marco Zero, onde ficavam as Torres Gêmeas do World Trade Center – para festejar. Trocavam abraços, sorriam e gritavam. E elogiavam Barack Obama, que agora parece imbatível em sua candidatura à reeleição presidencial, no ano que vem.

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Cronologia: Da fortuna ao terror, datas marcantes da vida de Osama bin Laden

“Essa conquista marca uma vitória para os Estados Unidos, para as pessoas que buscam a paz em todo o mundo e para todos que perderam entes queridos em 11 de setembro de 2001”, disse o presidente. “A luta contra o terror continua, mas, nesta noite, os Estados Unidos enviaram uma mensagem inconfundível: não importa o quanto demore, a justiça será feita”. O Departamento de Estado americano emitiu um alerta global a todos os cidadãos americanos depois da notícia da morte do terrorista, advertindo sobre um “possível aumento” da violência antiamericana. No discurso, Obama fez um alerta: morto bin Laden, a Al Qaeda poderá empreender novos ataques contra os EUA. “Sua morte não marca o fim dos nossos esforços. Não há dúvidas de que Al Qaeda tentará novos ataques contra nós. Nós devemos e nos manteremos vigilantes no nosso território e no exterior.”

(Com agência France-Presse)

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Leia no blog do Reinaldo Azevedo

Se é uma boa notícia para o mundo – questão de “justiça” -, para Obama, é estupenda, desde, é claro, que o território americano continue livre de atentados ou que não haja outra ocorrência de grande porte colhendo soldados americanos mundo afora. Essa questão é tão importante que, em seu pronunciamento, o presidente americano fez questão de destacar que americanos não se feririam na operação que matou Bin Laden. Obama tem agora nas mãos um grande ativo eleitoral. Logo depois do anúncio da morte de Bin Laden, pessoas começaram a se concentrar em frente à Casa Branca. Ironicamente, o presidente de um “novo civilismo”, que viria inaugurar a era de paz pós-Bush, o guerreiro, vai chegando às urnas de 2012 como aquele que eliminou um líder terrorista e que depôs um facínora da Líbia (acho que, até lá, Kadafi caiu, não?).

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Leia no blog de Nova York, por Caio Blinder:

Para este jornalista que estava em Manhattan naquela manhã linda, ensolarada de 11 de setembro de 2011, é emocionante ver as multidões que passaram a celebrar de forma espontânea o anúncio perto do Ground Zero e também nas grades da Casa Branca. A morte deste inimigo da civilização é um momento de justiça. As famílias de quase três mil vítimas mereciam este momento. Horrível ser fatalista neste momento de celebração nos EUA – foi incrível como em questão de horas foi possivel sentir a injeção de autoestima no país, a festa nacional. Vem terror de represália por aí, sei lá exatamente onde. Mas a morte de Osama bin Laden deve servir apenas para celebração fugaz. É preciso manter o foco nestas convulsões no mundo árabe, no Irã e nas bandas do Paquistão. É uma longa guerra contra o terror islâmico (dos sequestradores de uma religião).

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