Criticado, Chávez reclama de ‘mentira’ dos Estados Unidos
Ditador tenta rebater os comentários de Washington sobre nova lei habilitante
“O que ele está fazendo, no nosso entender, é minar a vontade do povo da Venezuela”, disse o porta-voz americano em uma entrevista
O ditador venezuelano voltou a atacar os Estados Unidos na quarta-feira. Desta vez, Hugo Chávez reclamou do porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, que questionou a provável aprovação da lei que habilitará o caudilho a legislar por decreto e sem debate durante um ano. Chávez voltou a insistir que só pediu a lei habilitante ao Parlamento para “governar melhor” em meio à emergência provocada pelas fortes chuvas das últimas semanas na Venezuela, e não para ampliar seu poder.
“O que ele está fazendo, no nosso entender, é minar a vontade do povo da Venezuela”, disse o porta-voz americano em entrevista coletiva. “Crowley repete o discurso da ultradireita”, respondeu Chávez . O ditador afirma que é uma “mentira” afirmar que ele atenta contra a vontade popular, já que, segundo ele, a lei habilitante está centrada na emergência provocada pelas chuvas. “Não há outra motivação”, repetiu. A oposição venezuelana critica duramente o projeto de lei, que considera uma tentativa de Chávez de concentrar mais poder.
Em um evento sobre direitos humanos celebrado na Organização de Estados Americanos (OEA), a vice-secretária americana de Estado para a Democracia e Assuntos Globais, María Otero, afirmou que uma lei especial para Chávez “debilita o processo democrático que elegeu uma nova liderança”. Em resposta, a representante da Venezuela na OEA, Carmen Velásquez, afirmou que esta lei está prevista na Constituição. “Instamos que deixem descansar o presidente Chávez e se ocupem mais de assuntos internos”, provocou ela.