Cristina Kirchner quer discutir dívida com países da Unasul
Presidente argentina classifica decisão da justiça americana sobre pagamento de dívida de “colonialismo judicial”. Risco de calote rebaixou nota do país
A presidente argentina, Cristina Kirchner, quer discutir na próxima reunião da Unasul a decisão da justiça americana que exige o pagamento de 1,3 bilhões de dólares a credores do governo argentino. Ela classifica a decisão de “colonialismo judicial”.
“Teremos de debater algumas questões, problemas que nos são comuns, problemas que a Argentina está tendo a respeito de certo colonialismo judicial”, disse ao presidente do Peru, Ollanta Humala, durante um almoço em Buenos Aires. A declaração foi divulgada pelo jornal La Nación.
A reunião da União de Nações Sul-americanas será realizada sexta-feira, em Lima, e deverá reunir representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. A presidente Dilma cancelou nesta terça-feira sua ida ao encontro.
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O risco de um novo calote da Argentina levou a agência de classificação Fitch a reduzir a nota do país de B para CC.
O débito argentino também teve como consequência a retenção de uma fragata do país em Gana. A retenção ocorreu depois que o país africano aceitou a reivindicação de embargo solicitada pelo fundo NML Capital, o mesmo que fez a reclamação em Nova York.
Paraguai – O encontro da União de Nações Sul-Americanas terá como foco a decisão sobre o futuro do Paraguai no grupo. A Unasul e o Mercosul suspenderam o Paraguai no final de junho, sob o argumento de que o impeachment de Fernando Lugo correspondeu a uma ‘ruptura’ da ordem democrática no país.
Apesar de rápido (durou apenas dois dias), o processo de impeachment respeitou a Constituição do país, que vive uma democracia plena. Pouco depois da saída do Paraguai, o Mercosul admitiu a entrada da Venezuela (que vinha sendo bloqueada apenas pelo Paraguai), sem que fossem contestados os traços semiditatoriais do governo de Hugo Chávez.
Federico Franco, que assumiu o comando paraguaio com a saída de Lugo, qualifica as suspensões como uma “cruzada de perseguição” que procura “coagir” o país e “restringir o pleno exercício de seus direitos soberanos”.
O Paraguai terá novas eleições presidenciais em abril do ano que vem.