Corte administrativa suspende eleições no Egito
Tribunal alega que lei eleitoral não foi encaminhada ao Supremo Tribunal Constitucional para revisão, depois de aprovada no Parlamento
Uma corte administrativa do Egito suspendeu nesta quarta-feira as eleições que estavam programadas para começar em abril. O tribunal alegou uma questão técnica para cancelar o decreto do presidente Mohamed Mursi estabelecendo o calendário eleitoral: a Câmara Alta do Parlamento não enviou a lei eleitoral ao Supremo Tribunal Constitucional para revisão.
No dia 21 de fevereiro, a Shura aprovou o texto eleitoral alterado pelo Tribunal Constitucional, abrindo caminho para a definição da data das eleições. O tribunal havia exigido mudanças em cinco artigos da lei, a câmara alta aceitou a decisão e aprovou a legislação com as alterações de forma simbólica. A corte administrativa agora afirma que ficou faltando encaminhar o texto para o Tribunal Constitucional revisar.
A primeira etapa das eleições foi definida pelo presidente Mohamed Mursi para o dia 22 de abril, mas a oposição afirma que vai boicotar o pleito. Os opositores afirmam que a legislação favorece os aliados islamitas de Mursi – que nega esta inclinação.
As eleições estavam previstas para serem realizadas em quatro etapas, até o mês de junho – agenda de que pode sofrer atrasos com a decisão desta quarta-feira. O pleito deverá definir a composição da Câmara Baixa, dissolvida no ano passado pelo Tribunal Constitucional. A Corte considerou o processo eleitoral ilegítimo, depois que as vagas reservadas a candidatos independentes foram preenchidas por partidos políticos. Na ocasião, os grupos islamistas ficaram com a maioria das cadeiras. O Partido da Justiça e Liberdade, ligado à Irmandade Muçulmana, ficou com a maior fatia do parlamento.