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Corpo de Chávez será transferido esta manhã

Presidentes latino-americanos já chegaram a Caracas para acompanhar cortejo fúnebre. Com ares de grande evento, funeral deve influenciar novas eleições

Por Da Redação
6 mar 2013, 10h43

O corpo de Hugo Chávez será transferido do Hospital Militar de Caracas para a Academia Militar, também na capital, a partir das 10h locais (11h30 de Brasília). A informação foi dada pelo chefe do Comando Estratégico Operacional, major general Wilmer Barrientos. Ele divulgou o trajeto do cortejo, que deverá ser acompanhado por apoiadores de Chávez.

O funeral do coronel começou a tomar forma de um grande evento de propaganda de suas propostas bolivarianas já na noite de terça-feira, em um clima que tem tudo para influenciar as próximas eleições presidenciais. A despedida começou às 8h desta quarta com uma salva de tiros de canhão em todos os destacamentos militares do país. E um tiro de canhão deverá ser dado a cada hora, até a próxima sexta.

Uma avenida que fica perto do hospital foi bloqueada e um telão foi instalado para que as pessoas possam acompanhar a transmissão feita pelo canal estatal, informou o jornal El Nacional. Segundo o diário, a segurança foi reforçada nos arredores da unidade de saúde onde Chávez teria passado seus últimos dias, de acordo com a informação oficial.

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Nas horas que sucederam a morte do caudilho, as tropas do país foram mobilizadas com o intuito declarado de “manter a paz”, enquanto a oposição ressaltou a necessidade de as Forças Armadas permanecerem “à ordem de todos, porque a todos pertence, como está na Constituição”.

Morales, Kirchner e Mujica – O enterro de Chávez será realizado apenas na sexta-feira, mas alguns de seus principais seguidores na América Latina se apressaram a viajar a Caracas para prestar homenagens. Evo Morales, da Bolívia, desembarcou às 6h30 e foi recebeido pelo ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua. O chanceler confirmou também a chegada da presidente argentina, Cristina Kirchner, e do presidente do Uruguai, José Mujica. “Bem-vindos presidentes e com eles seus povos heroicos”, disse Jaua, ao indicar que cerca de dez mandatários são esperados para o funeral.

Em seus repetidos mandatos, Hugo Chávez fez de tudo para expandir o seu “movimento bolivariano” – ou seu “socialismo do século XXI” – pela região. Com esse objetivo, distribuiu petróleo e financiou os países aliados, até que alguns deles aderiram aos ideais chavistas. Com a morte de Chávez, morre também parte do seu legado, deixando um vácuo que dificilmente será preenchido, em termos de influência e carisma.

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A morte do presidente levou seus homólogos na América Latina, amigos ou não, a expressarem suas condolências em declaração públicas, comunicados ou pelo Twitter.

Dilma Rousseff, Brasil: “Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e centro-americanos. O presidente Chávez foi, sem dúvida, uma liderança comprometida com o seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina. Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Chávez. Porém, hoje, como sempre, nós reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil, um amigo do povo brasileiro”, disse, durante evento em Brasília

Evo Morales, Bolívia: “Estamos doloridos, destroçados pelo falecimento de Hugo Chávez, um companheiro revolucionário e latino-americano que lutou por sua pátria, pela grande pátria, como o libertador, Simón Bolívar. Ele continuará a ser uma inspiração para todas as pessoas que lutam por sua libertação. Chávez sempre estará presente em todas as regiões do mundo e todos os setores sociais, para acompanhar os grandes processos depois de tantos anos de sofrimento que viveram nossos povos”, afirmou, em coletiva de imprensa em La Paz.

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Rafael Correa, Equador: Correa decretou três dias de luto nacional em homenagem a Chávez, definido por ele como um “imenso latino-americano”. “Hugo segue mais vivo do que nunca, inspirando as revoluções da pátria grande, revoluções que são irreversíveis”, disse Correa ao oferecer suas condolências ao povo da Venezuela. “Quando for julgado o momento histórico que coube a ele viver e protagonizar, o mundo inteiro reconhecerá a grandeza deste homem corajoso”, acrescentou. “Nosso compromisso hoje, mais do que nunca, é não dar um passo atrás”, ressaltou.

Raul Castro, Cuba: “O presidente Chávez protagonizou uma extraordinária batalha ao longo de sua jovem e frutífera vida. Sempre nos lembraremos dele como um militar patriota a serviço da Venezuela como honesto, lúcido, ousado e valente lutador revolucionário”, disse o governo cubano. O noticiário oficial noturno dedicou seu programa inteiro ao desenrolar dos acontecimentos em Caracas, mas a reação do governo foi lenta. Até que Cuba declarou três dias de luto e elogiou Chávez dizendo que sua “revolução bolivariana” era “irreversível” e que Cuba iria continuar a “acompanhar os venezuelanos em suas lutas”.

Jose Mujica, Uruguai: “Sentimos um profundo pesar. Sempre se sente a morte, mas quando se trata de um militante de primeira linha, de alguém que uma vez defini como ‘o governante mais generoso que conheci’, a dor tem outra dimensão. A razão não ajuda nestes casos. Dá uma magnitude superior da perda”, disse.

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Cristina Kirchner, Argentina: A presidente da Argentina suspendeu sua agenda desta semana e viajou a Caracas para o funeral do venezuelano. Fontes oficiais afirmaram que Cristina ficou “muito abalada” com a morte de Chávez, porém, ela própria não se manifestou sobre o assunto. O vice-presidente argentino, Amado Boudou, recorreu ao Twitter para comentar a morte: “Grande dor em toda a América. Se foi um dos melhores. Até sempre, comandante: junto a Nestor (Kirchner) nos levará à vitória do povo”.

Sebastián Piñera, Chile: “Quando a doença se agravou e ele teve que retornar a Cuba, telefonei a ele e me lembro que me disse muitas coisas. Uma delas foi que, se tinha que enfrentar a morte, queria que fosse em sua pátria, em sua Venezuela amada. Talvez sentia que a luta pela vida estava chegando ao fim e queria terminar seus últimos dias em casa”, disse. O presidente admitiu manter “diferenças” com Chávez, mas disse que sempre soube “apreciar a força, o compromisso com o qual o presidente Chávez lutou com seus ideais”.

Juan Manuel Santos, Colômbia: “O melhor tributo que podemos pagar à memória de Hugo Chávez é realizar o sonho que ele partilhou conosco – alcançar um acordo para pôr fim ao conflito e ver uma Colômbia pacífica. Ele disse que isso era o que Bolívar queria. Ele estava certo”, disse ele, elogiando a contribuição de Chávez para as negociações de paz entre o governo colombiano e as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc).

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Enrique Peña Nieto, México: “Lamento o falecimento do presidente Hugo Chávez. Minhas mais sentidas condolências à sua família e ao povo venezuelano”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Ollanta Humala, Peru: “Adeus, comandante e amigo Hugo Chávez. Minhas sentidas condolências à sua família e a todo o povo venezuelano”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Michel Martelly, Haiti: “Transmito, em nome do povo do Haiti, minhas mais sinceras condolências ao povo venezuelano depois da perda do presidente Hugo Chávez”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Ricardo Martinelli, Panamá: “Queremos expressar nossos pêsames ao povo venezuelano e à família Chávez pelo falecimento do presidente”, escreveu em seu perfil no Twitter.

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