Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coreia do Sul teme teste com mísseis ainda esta semana

Governo sul-coreano acredita que Coreia do Norte execute lançamento como parte das ameaças. Presidente chinês afirma que "nenhum país tem permissão para jogar o mundo inteiro no caos"

Por Da Redação
7 abr 2013, 18h45

O governo da Coreia do Sul acredita que a Coreia do Norte pode executar, ainda esta semana, um teste de lançamento de míssil. Kim Jang-Soo, principal assessor de segurança nacional da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, disse que um teste de lançamento ou outra provocação podem acontecer antes ou depois de 10 de abril, data que a Coreia do Norte sugeriu aos diplomatas para que abandonem Pyongyang. “Não há sinais de uma guerra em grande escala agora, mas o Norte terá que preparar-se para executar represálias no caso de uma guerra local”, disse Kim.

Neste domingo, a China lamentou a tensão na península coreana. A China, aliada de Pyongyang, tem mostrado crescente irritação com as ameaças de guerra nuclear da Coreia do Norte. O presidente chinês, Xi Jinping, discursando num evento na ilha de Hainan, não citou a Coreia do Norte, mas disse que nenhum país “deve ter permissão para jogar uma região e mesmo o mundo inteiro no caos para ganho próprio”. A estabilidade na Ásia, disse ele, “enfrenta novos desafios, temas importantes continuam emergindo, e existem ameaças tradicionais e não tradicionais à segurança”.

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, num comunicado divulgado no sábado sobre uma conversa telefônica com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou frustração similiar. Neste domingo, o ministro manifestou “séria preocupação” com a tensão na península e disse que a China pediu a Pyongyang para que “assegure a segurança dos diplomatas chineses de acordo com as normas internacionais”.

Continua após a publicidade

A Alemanha rebateu, neste domingo, a decisão da Coreia do Norte de não proteger os diplomatas em caso de conflito depois do dia 10 de abril. “A Coreia do Norte deve garantir a segurança das embaixadas em seu território sem impor uma data limite, o que seria inaceitável”, afirmou o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle em um comunicado, depois conversar por telefone por com o enviado de Berlim em Pyongyang. Na sexta-feira, o país propôs às embaixadas a evacuação por “não poder garantir a segurança em caso de conflito bélico” .

“Há regras claras no direito internacional e a Coreia do Norte também deve cumprir. A Coreia do Norte é irresponsável ao aumentar a tensão. Isso constitui uma ameaça real para a paz e a segurança na região”, disse o ministro. Westerwelle reiterou que, no momento, a embaixada alemã em Pyongyang continua trabalhando normalmente.

LEIA MAIS:

Pyongyang: apesar da tensão, países mantêm embaixadas

A data dada pela Coreia do Norte não parece aleatória – especialistas sul-coreanos acreditam que o regime pode lançar uma prova de um míssil em 15 de abril, dia do nascimento de Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual ditador, Kim Jong-un. A maioria dos governos estrangeiros vê a mensagem como uma estratégia para elevar a tensão na península coreana. Segundo analistas, o objetivo é reforçar sua unidade interna e sua posição no exterior.

O secretário do Foreign Office britânico, William Hague, também afirmou que no momento não existe necessidade de retirar os diplomatas da Coreia do Norte. “Não devemos responder a esta retórica e ao anúncio de uma ameaça externa cada vez que eles as fazem”, disse à BBC. Vários países afirmaram que não pretendem retirar os funcionários, incluindo os sete países da União Europeia presentes na Coreia do Norte (Alemanha, Reino Unido, Suécia, Polônia, Romênia, República Tcheca e Bulgária).

Continua após a publicidade

Quem é quem: Coreia do Norte x Coreia do Sul

A guerra de imagens da Coreia do Norte

O feito de Kim Jong-un: manter a Coreia do Norte em destaque

Para tentar diminuir a tensão com a Coreia do Norte, os Estados Unidos adiaram um teste de míssil balístico intercontinental. Washington anunciou o adiamento de um teste do Minuteman 3, míssil de ogivas nucleares, que seria disparado na próxima semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia. Segundo uma fonte do governo americano, o secretário da Defesa Chuck Hagel decidiu remarcar o teste até o mês que vem, devido a preocupações de que o lançamento pudesse ser mal interpretado por alguns como uma intenção de exacerbar a crise atual com a Coreia do Norte.

A prolongada etapa de ameaças nucleares iniciada no começo de março pelo imprevisível regime norte-coreano provocou rumores sobre o possível desdobramento de aviões não tripulados Global Hawk por parte dos Estados Unidos e Japão. Ambas as potências aumentaram a vigilância sobre a Coreia do Norte com essas sofisticadas aeronaves espiãs não tripuladas (drones), equipadas com câmaras e sistemas de comunicação, capazes de alcançar 18.000 metros de altitude e com 30 horas de autonomia. Com os drones será possível verificar as recentes informações adiantadas pelos serviços de inteligência de Seul e Washington, que revelam a montagem de mísseis de alcance intermediário em plataformas de lançamento móveis da Coreia do Norte.

Continua após a publicidade

Contexto – A Coreia do Norte persiste em suas ameaças nucleares, apesar do aumento da pressão internacional, um mês depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar novas sanções. As penalizações da ONU aprovadas no dia 7 de março com o apoio unânime de todos seus membros – incluindo a China, aliada história da Coreia do Norte – em represália ao terceiro teste atômico do regime provocaram não só maiores restrições de índole econômica sobre Pyongyang, mas a afundaram em sua prolongado isolamento.

Desde então, a Coreia do Norte não fez nada além de radicalizar seu discurso e ameaçar iniciar um conflito armado, o que levou a uma perigosa escalada militar na região. A condenação do regime do jovem e imprevisível líder Kim Jong-un à nova resolução sancionadora do Conselho da ONU e sua rejeição ante o início de manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul na região veio acompanhada do anúncio de aumentar sua capacidade nuclear e de iniciar uma ‘guerra sem quartel’.

O aumento da vigilância e a presença militar fizeram, em apenas um mês, com que os EUA tivessem na região navios de guerra equipados com sistemas antimísseis, aviões espiões com capacidade atômica, submarinos nucleares, caças F-22 e inclusive uma plataforma naval para vigiar movimentos no norte.

Continua após a publicidade

A ameaça real representada pela Coreia do Norte para Washington também aumentou com as informações reveladas recentemente por seus serviços de inteligência, que indicam que Pyongyang teria colocado em plataformas de lançamento móveis dois mísseis Musudan, cujo alcance é estimado em 4.000 quilômetros.

(Com AFP, Reuters e EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.