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Conflitos na Argélia durante eleições deixam 45 pessoas feridas

Manifestantes protestam contra o governo de Abdelaziz Bouteflika, que está no comando do país desde 1999 e é o favorito na disputa eleitoral

Por Da Redação
17 abr 2014, 16h02

Pelo menos 45 argelinos – 30 policiais e quinze civis – ficaram feridos nesta quinta-feira nas cidades de Rafur e Haizer, a sudeste de Argel, nos confrontos entre agentes das tropas de choque e dezenas de pessoas que protestavam contra o governo de Abdelaziz Bouteflika. Segundo informam veículos da imprensa local, manifestantes entraram em uma sessão eleitoral de Rafur, 147 quilômetros a sudeste da capital argelina, e queimaram as urnas. Bouteflika preside o país desde 1999 e é considerado favorito para vencer as eleições. Segundo o jornal Al Watan, quatro manifestantes foram detidos na cidade e, outros três, em Haizer. O mesmo veículo assegurou que as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo de um helicóptero para dispersar o protesto. Segundo a agência estatal APS, os manifestantes pretendiam “impedir o desenvolvimento da jornada eleitoral”.

Cerca de 23 milhões de argelinos estão aptos a participar nesta quinta das eleições presidenciais. Analistas apontam Bouteflika como favorito para seguir comandando o país. Durante os 21 dias de campanha, Bouteflika não participou de nenhum ato público devido a seu delicado estado de saúde e hoje compareceu para votar em Argel em uma cadeira de rodas. O presidente chegou sorridente à escola Bashir Ibrahimi, em El Biar, bairro nobre da capital, ao lado de dois irmãos, entre eles Said Bouteflika, conselheiro especial do governo, e um sobrinho. Ainda em recuperação de um acidente vascular cerebral há um ano, que reduziu suas capacidades de fala e de mobilidade após três meses de internação no hospital Val-de-Grâce de Paris, a última aparição pública de Buteflika havia acontecido em 8 de maio de 2012.

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Entre os candidatos da oposição se destaca o ex-primeiro-ministro Ali Benflis, que advertiu durante a campanha que a administração atual se prepara para realizar uma grande fraude eleitoral a favor de Bouteflika, que em 2004 e 2009 conquistou no primeiro turno 85% e 90% dos votos, respectivamente. A candidata pelo Partido dos Trabalhadores, Luisa Hanun, concorre pela terceira vez consecutiva e parece não ter perdido totalmente a esperança. Na segunda-feira, Luisa assegurou que, em caso de eleições transparentes, Bouteflika e ela iriam para o segundo turno.

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Oposição nas ruas – Às vésperas da corrida eleitoral, em eventos sem precedentes na era de Bouteflika, grupos civis e políticos opositores organizaram uma campanha incentivando o boicote eleitoral e o começo de uma transição política para assentar as bases de um Estado democrático e de Direito. O boicote foi liderado por três partidos islamitas e dois laicos e também pelo ex-primeiro-ministro Ahmed Benbitur. O movimento civil Barakat (‘basta’ em argelino) também participou da organização do boicote.

O Barakat, nascido em 1º de março e que esteve ativo especialmente nos dias anteriores ao início da campanha, anunciou uma concentração para hoje no centro da capital. Respondendo suas convocações, durante os últimos dias, se realizaram várias concentrações em favor do boicote em distintas províncias do país. No entanto, na Argélia, onde não há institutos independentes de estatística e o centro nacional não publica pesquisas eleitorais, não se sabe nem a porcentagem de participação nem as intenções de voto. Segundo os dados oficiais, contestados na época pela oposição, o índice de participação em 2004 se aproximou dos 58% e, em 2009, superou os 74%.

Habitualmente, o Ministério do Interior anuncia os dados de participação na noite da jornada eleitoral e os resultados finais o dia seguinte às eleições. No entanto, ainda não houve nenhuma confirmação oficial sobre o momento em que será revelado o nome do novo presidente.

(Com agências EFE e France-Presse)

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