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Com renúncia de Bento XVI, cardeais brasileiros entram na bolsa de apostas

O brasileiro Dom Odilo Scherer, arcebispo da diocese de São Paulo, é um dos nomes mais fortes. Ele já era cotado mesmo antes do conclave que escolheu o atual papa

Por Da Redação
11 fev 2013, 12h01

Após a renúncia de Bento XVI, o novo papa deverá ser anunciado pelo conclave em março – e a “bolsa de apostas” para o mais alto posto da Igreja Católica já começou. A saída inédita de Bento XVI – nunca um papa abdicou por razões de incapacidade física – abre espaço para outros ineditismos no Vaticano. Um deles pode ser a eleição de um papa latino-americano – ou até mesmo brasileiro.

Segundo o Vaticano, há um total de 119 cardeais aptos a votar no conclave – sendo cinco brasileiros. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite para votar, que é de 80 anos.

Na América Latina estão 42% dos 1,2 bilhão de católicos do mundo – o maior bloco da Igreja. Na Europa, estão 25% dos fiéis. Segundo a reportagem da Reuters, citando a imprensa internacional, duas autoridades do Vaticano comentaram recentemente sobre a possibilidade de um novo papa não ser europeu. “Sei de muitos bispos e cardeais da América Latina que poderiam se responsabilizar pela Igreja universal”, disse o arcebispo Gerhard Mueller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, mesma função que o papa Bento XVI exercia quando foi nomeado papa. “A Igreja ensina que o cristianismo não está centrado na Europa”, afirmou o arcebispo ao jornal alemão Duesseldorf’s Rheinische Post pouco antes do Natal.

O cardeal suíço Kurt Koch, chefe do departamento de Unidade Cristã, disse ao jornal Tagesanzeiger, em Zurique, que seria bom haver candidatos da América Latina e da África no próximo conclave. Koch chegou a dizer, na entrevista, que tinha a intenção de votar por um candidato que não fosse europeu.

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Apostas – Entre os latino-americanos, o brasileiro Dom Odilo Scherer, arcebispo da diocese de São Paulo, é um dos nomes mais fortes – mesmo antes do conclave que escolheu Bento XVI. Dom Odilo está na idade ideal para o posto, segundo os padrões do Vaticano (63 anos), tem o domínio de diversos idiomas e afinidade com as linhas gerais consagradas por Bento XVI. Scherer é membro das mais seletas comissões do Vaticano – aquelas que cuidam dos cofres da Santa Sé. O catarinense Dom João Braz de Aviz, ex-arcebispo de Brasília, também aparece como forte candidato, segundo a Reuters. A agência cita que o arcebispo trouxe novos ares ao Vaticano quando assumiu o posto – e seu trabalho pastoral tornou-se notório entre os círculos do pontificado.

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Além de Scherer e Aviz, os cardeais brasileiros que poderão votar no conclave são dom Cláudio Hummes, de 78 anos, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, de 79, arcebispo emérito de Salvador, Dom Raymundo Damasceno Assis, de 76, arcebispo de Aparecida.

O arcebispo argentino Leonardo Sandri também é descrito como uma possibilidade, apesar de sua pouca influência no Vaticano ser apontada como um fator que dificultaria sua nomeação. Peter Turkson, de Gana, que coordena o departamento de Justiça e Paz do Vaticano, é constantemente citado como o favorito do continente africano.

Luis Tagle, das Filipinas, é comparado ao papa João Paulo II por seu grande carisma. Segundo o jornal italiano La Stampa, ele é muito próximo do papa Bento XVI. Eles trabalharam juntos na Comissão de Teologia do Vaticano. Mas, apesar de sua popularidade, poucos acreditam que seja escolhido devido a sua pouca experiência como cardeal – ele foi nomeado apenas em 2012.

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Entre os candidatos europeus, o favorito, segundo o La Stampa, é o austríaco Christoph Schoenborn, de 67 anos – um ex-aluno de Bento XVI. Schoenborn é arcebispo de Viena e considerado um possível candidato a assumir o posto máximo na Igreja Católica desde a década de 1990.

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Outros nomes possíveis, segundo o jornal, são Timothy Dolan, o americano que se tornou a voz do catolicismo nos Estados Unidos depois de ser designado arcebispo de Nova York, em 2009. Seu humor e dinamismo agradam o Vaticano, mas, ao mesmo tempo, causam temor de que ele adote uma postura de “papa superpoderoso”, caso seja escolhido.

O canadense Marc Ouellet é o chefe da Congregação de Bispos e já afirmou, anteriormente, que se tornar papa seria “um pesadelo”. Contudo, suas boas relações no Vaticano podem fazer de sua nomeação uma possibilidade.

O italiano Gianfranco Ravasi, de 70 anos, é o ministro da Cultura do Vaticano desde 2007 e representa a Igreja no mundo das artes e da cultura. Apesar de bem relacionado, sua pouca experiência pastoral o torna um dos nomes menos prováveis para suceder Bento XVI.

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