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Cinco perguntas e respostas sobre os protestos no Iêmen

Por Da Redação
1 abr 2011, 20h04

Embora já tenha dito que está disposto a renunciar, o ditador do Iêmen Ali Abdullah Saleh tem feito de tudo para se manter no poder. Os manifestantes exigem a sua saída desde o final de janeiro, inspirados pela onda de revoltas que atinge o mundo árabe. Entenda como é o país e o que está por trás dos protestos que ameaçam a estabilidade de Saleh, no poder desde 1978.

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1. Como começou a atual crise no Iêmen?

Manifestante ferido durante protestos na capital Sanaa, Iêmen – 18/03/2011 (Foto: Ahmad Gharabli/AFP)

A onda de protestos que atinge o mundo árabe chegou ao Iêmen no final de janeiro. Contudo, a crise se agravou e tomou enormes proporções em 18 de março, quando uma manifestação antigoverno na capital, Sanaa, acabou com a morte de 46 pessoas. Os manifestantes exigem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder desde 1978. Em meio à crise, dezenas de deserções foram registradas no partido de Saleh, em sua própria tribo Hashid ( uma das mais importantes, no norte do país) e também na guarda militar, colocando a permanência do ditador em risco e deixando o país mais perto de uma guerra civil.

2. Por que o caso do Iêmen é diferente das situações no Egito e na Tunísia?

Opositores do presidente Saleh em protestos na capital Sanaa, Iêmen – 29/03/2011(Foto: Yahya Arhab/EFE)

No Iêmen, uma sociedade tribal e fragmentada, Saleh deixou os órgãos que cuidam da segurança nacional nas mãos de seus parentes. Já a Tunísia e o Egito tinham instituições fortes – principalmente as Forças Armadas -, capazes de se sustentar no poder mesmo sem a presença de seus impopulares líderes. A situação do Iêmen é mais parecida com a da Líbia, onde o ditador Muamar Kadafi também governa uma sociedade tribal fragmentada e sem a presença de um Exército forte e coeso.

3. Qual é a influência das tribos no país?

Protestos na capital Sanaa, Iêmen – 22/03/2011(Foto: Ahmad Gharabli/AFP)

Junto com as forças de segurança, as tribos são um dos pilares do Iêmen. A sociedade é dividida em diversos grupos, principalmente na região norte do país. Conhecendo a importância deles, Saleh se preocupou em estabelecer fortes alianças. Contudo, deserções foram registradas em sua tribo Hashid, à qual pertence também um dos principais rivais do ditador. Trata-se de Hamid al-Ahmar, filho de Abdullah bin Hussein al-Ahmar, um dos mais poderosos líderes do grupo. Integrantes de outra tribo de grande importância no país, a Baqil, também já romperam com o governo.

4. Além das tribos, qual é a principal ameaça para Saleh em seu país?

O general Ali Mohsen al-Ahmar (centro), meio irmão do ditador, com tropas na província de Saada, sudeste do Iêmen – 21/03/2011(Foto: AFP)

Apesar de os órgãos de segurança serem dirigidos por seus parentes, Saleh não pode confiar em todos eles. O general Ali Mohsen al-Ahmar, meio irmão do ditador, iniciou uma onda de deserção ao anunciar, em 21 de março, que se juntava aos manifestantes. Em seguida, ele coordenou o cerco ao palácio presidencial com veículos armados. Mas, apesar de Mohsen se colocar como uma alternativa política ao atual presidente, ele não é bem visto pelos Estados Unidos. O meio irmão de Saleh é considerado veterano da guarda islâmica, que ganhou fama na guerra civil de 1994, e é responsabilizado pela infiltração de terroristas nas forças de segurança do país.

5. Qual é a importância do Iêmen para o Ocidente?

Apoiadores do presidente Ali Abdullah Saleh em manifestação na capital Sanaa, Iêmen – 25/03/2011(Foto: Mohammed Huwais/AFP)

O Iêmen faz fronteira com a Arábia Saudita, maior produtor mundial de petróleo, e é uma importante rota de escoamento do produto. O presidente Saleh alega que a sua queda poderia levar à fratura do país e uma instabilidade na Península Arábica. Além da influência da Al Qaeda na região (que usa o Iêmen como base para preparar ataques na Arábia Saudita e nos Estados Unidos), o Irã poderia aumentar sua zona de influência.

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