Ciberataque paralisa TVs e bancos na Coreia do Sul
Governo de Seul investiga se a origem dos ataques virtuais é a vizinha Coreia do Norte. Tensão entre os dois países vem crescendo nas últimas semanas
As redes de comunicação das principais emissoras de TV e de dois dos maiores bancos da Coreia do Sul ficaram completamente paralisadas nesta quarta-feira. Pelo menos três cadeias de televisão – KBS, MBC e YTN – e dois bancos – Shinhan e Nonghyup – informaram à Agência Nacional de Polícia que seus sistemas foram totalmente interrompidos às 14 horas (2 horas em Brasília) por motivos desconhecidos. No caso das TVs, o problema atingiu computadores internos mas a transmissão não foi interrompida. Em meio à guerra verbal instalada com a Coreia do Norte nas últimas semanas, o governo de Seul investiga se a pane foi causada por um ciberataque originado no país vizinho.
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Segundo a agência sul-coreana Yonhap, a Coreia do Sul não descarta nenhuma possibilidade e “está tentando determinar a causa da paralisação das redes”, declarou à agência um representande da presidente Park Geun-hye. Uma porta-voz da brigada da polícia especializada em ciberterrorismo afirmou que “os relatos (da paralisação) chegaram simultaneamente” e apontou que investigadores foram enviados ao locais onde se encontram os servidores afetados.
Após o incidente, o Exército da Coreia do Sul elevou seu status de vigilância. O Ministério da Defesa informou que a corporação “supervisiona de perto os eventos que possam produzir-se”e descartou qualquer problema nos sistemas das Forças Armadas.
As autoridades sul-coreanas afirmam que desde 2009 o regime comunista de Pyongyang atacou vários sites de organismos estatais da Coreia do Sul, assim como o sistema de um dos principais bancos do país e as contas de e-mail de uma grande universidade. A Coreia do Norte, no entanto, sempre negou sua participação nos ataques cibernéticos a sites públicos e privados do país vizinho e inclusive recentemente acusou Seul e Washington de tentar derrubar seus servidores de internet.
EUA – O suposto ciberataque à Coreia do Sul ocorre poucas horas depois do governo norte-coreano prometer uma “resposta militar” aos Estados Unidos por causa do sobrevoo de bombareiros B-52 americanos, capazes de lançar bombas atômicas, no espaço aéreo sul-coreano. Os voos, realizados nesta terça-feira, são parte dos exercícios militares entre EUA e Coreia do Sul e representam uma tentativa americana de intimidar o regime comunista, que tem feito reiteradas ameaças retóricas a Washington e Seul em seu discurso oficial.
Nas duas últimas semanas, a imprensa oficial norte-coreana elevou seu habitual tom belicista ao assegurar em diversas ocasiões que a guerra na península é iminente. A recente escalada de tensão na península coreana começou após a ONU aprovar a ampliação das sanções contra a Coreia do Norte em reprimenda ao teste nuclear realizado pelo país em 12 de fevereiro.
Descontente com a medida, o regime comunista prometeu realizar um “ataque nuclear preventivo” aos EUA. Desde então, o regime comunista também alardeou a anulação do armistício com a Coreia do Sul – que reagiu, afirmando que o acordo segue vigente – e acusou os Estados Unidos de ciberataques a seus servidores na internet.
(Com agência EFE)