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Chineses fazem raro protesto contra censura a jornal

Manifestação demonstra apoio a jornalistas que entraram em greve depois que mensagem de ano novo de periódico do sul do país foi alterada por autoridades

Por Da Redação
7 jan 2013, 12h13

Apoiadores de um dos maiores jornais da China fizeram uma manifestação diante da sede da empresa, nesta segunda-feira, em um raro protesto contra a censura à imprensa no país. Os manifestantes demonstraram seu apoio a uma greve de jornalistas decorrente das interferências feitas no jornal pelo chefe local de propaganda. O protesto em Cantão, capital da província de Guangdong, é um testo para o compromisso do novo dirigente comunista Xi Jinping com as reformas na China.

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Os jornalistas do influente Nanfang Zhoumo também ganharam o apoio de celebridades e formadores de opinião por meio da internet. No último final de semana, os repórteres do jornal acusaram censores de alterarem uma mensagem de Ano Novo aos leitores, em que a defesa de um governo constitucional foi substituída por palavras de louvor ao Partido Comunista. Os profissionais emitiram uma declaração condenando a intervenção das autoridades chinesas e pedindo a demissão do funcionário que alterou o texto, identificado como Tuo Zhen.

A polícia autorizou a manifestação em frente à sede do Grupo Nanfang, dono do jornal, em um sinal de que o governo provincial, comandado pelo recém-nomeado Hu Chunhua, estrela em ascensão na política chinesa, deseja agir de forma cautelosa diante da indignação popular contra a censura.

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Protesto – Os manifestantes, em sua maioria jovens, deixaram no local pequenos cartazes com os dizeres “liberdade de expressão não é crime” e “os chineses querem liberdade”. Muitos portavam crisântemos amarelos, simbolizando luto pela liberdade de imprensa.

“O Grupo de Mídia Nanfang está relativamente disposto a dizer a verdade na China, então precisamos nos posicionar a favor da sua coragem e apoiá-la agora”, disse Ao Jiayang, jovem funcionário de uma ONG. “Esperamos que por meio disso possamos lutar pela liberdade de imprensa na China. O comparecimento de hoje reflete o fato de que cada vez mais gente na China tem consciência cívica.”

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A atenção dada ao protesto internamente reflete também a posição única de Guangdong, a mais rica e liberal província da China, e berço do programa de “reforma e abertura” do país. Numa medida simbólica, Xi escolheu Cantão como destino da sua primeira viagem depois de ser apontado como dirigente máximo do PC chinês, em novembro.

Imprensa – Segundo a rede britânica BBC, o Nanfang Zhoumo é o jornal mais respeitado da China, conhecido por investigações chocantes e por testar os limites da liberdade de expressão. No entanto, a imprensa chinesa é supervisionada pelos chamados departamentos de propaganda, que frequentemente mudam o conteúdo dos jornais para alinhá-los às ideias do Partido Comunista.

Em um editorial publicado na sexta-feira, o diário estatal Tempos Globais mostrou apoio à greve. “A realidade é que as velhas políticas que regulam a imprensa não podem continuar como estão. A sociedade está progredindo e a gestão deve evoluir”. Porém, no mesmo artigo, o periódico diz que ‘não importa o quanto a imprensa chinesa é regulada, ela jamais será como a do Ocidente’.

(Com agência Reuters)

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