China: protestos contra censura tiveram 12 presos
Manifestações por liberdade de imprensa no país foram motivadas por interferência do Partido Comunista no jornal 'Southern Weekly ', do Cantão
Pelo menos 12 pessoas foram detidas, acusadas de subversão e agrupamento ilegal, por apoiar nesta semana a série de protestos do semanário chinês Southern Weekly contra a censura, informou nesta quinta-feira o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.
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Mais de 300 pessoas se juntaram esta semana em frente ao semanário para pedir respeito à liberdade de imprensa na China e a demissão do chefe de propaganda do Partido Comunista no Cantão, Tuo Zhen, acusado de ter ordenado a censura de conteúdos da publicação. Os ativistas disseram que depois do protesto vários deles foram detidos pela polícia em uma tentativa de silenciá-los.
Três manifestantes teriam sido detidos por “incitar a subversão”, enquanto o escritor Lu Gengsong disse que a polícia invadiu sua casa na última terça-feira e o prendeu. Mao Qingxiang e Ren Weiren, outros participantes dos protestos, declararam que também foram detidos no meio da noite e interrogados durante cinco horas.
Já o escritor Ye Du contou que ficou à disposição da polícia durante sete horas e que foi obrigado a ficar nu para ser revistado. “Fiquei preso por três meses durante a ‘Revolução do Jasmim’ (inspirada nos movimentos vividos na Tunísia e Egito, no início de 2011), mas nem sequer nessa oportunidade tive que passar por um tratamento tão humilhante”, contou Ye, antes de acrescentar que seu microblog, no qual divulgou fotos do protesto no Cantão, foi fechado pelas autoridades.
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Greve – Nesta quarta-feira, o Southern Weekly chegou a um acordo preliminar com as autoridades provinciais para pôr fim à greve de jornalistas iniciada em meio aos protestos. Após a intervenção direta do secretário-geral do PC chinês no Cantão, o recém-nomeado Hu Chunhua, ficou definido que não haverá nenhum “castigo” para os trabalhadores que declararam a paralisação.
A censura contra um editorial do semanário motivou as primeiras manifestações pela liberdade de expressão na China em décadas, em um episódio cujas consequências se estenderam a outros meios de comunicação do país.
(Com agência EFE)