Chefe da Otan diz estar convencido de que Assad usou armas químicas
Secretário-geral da organização afirma, no entanto, que Otan não deve agir em uma eventual retaliação
Por Da Redação
2 set 2013, 13h33
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira que está pessoalmente convencido de que o regime sírio foi o responsável pelo ataque químico que matou, segundo estimativas dos Estados Unidos, cerca de 1.400 pessoas em subúrbio de Damasco, no dia 21 de agosto.
“Pessoalmente, estou convencido de que não só o ataque químico aconteceu, mas também que o regime sírio é o responsável”, disse Rasmussen a jornalistas, indicando ter tido acesso a informações concretas fornecidas por países membros da Otan.
“Não há dúvida de que a comunidade internacional deve responder com força para impedir novos ataques químicos no futuro”, disse Rasmussen. “Se não respondermos, seria como enviar uma mensagem muito perigosa para todos os ditadores do mundo”.
Rasmussen, no entanto, disse “não acreditar que a Otan possa desempenhar um papel na crise. Neste ponto, os aliados realizam consultas e cabe a cada estado decidir como responder” ao ataque. Ao todo, a Otan tem 28 países membros, entre eles os Estados Unidos, que planejam uma resposta militar ao regime de Assad por causa do massacre.
Ainda segundo Rasmussen, se a intervenção for, como tem sido propagandeada pelos EUA e pelo presidente Barack Obama, “breve, com alvos específicos”, “não seria necessário” recorrer a estruturas militares da Otan, que devem ser utilizadas para supervisionar operações complexas de longo prazo.
Segundo Rasmussen, a Otan “já está cumprindo seu papel”, servindo como “fórum de consulta entre os Aliados” e decidindo instalar mísseis Patriot no sul da Turquia para proteger este país, um dos seus membros, de um possível ataque da Síria.
“Eu posso garantir que temos todos os planos em vigor para garantir a defesa e a proteção da Turquia. Neste ponto, não vejo a necessidade de novas medidas”, indicou Rasmussen.
Operação – As eventuais ações militares seriam mais uma forma de advertir o ditador Bashar Assad e puni-lo pelo ataque com armas químicas. Os EUA, que têm sido cautelosos nos últimos dois anos com qualquer intervenção na guerra civil que assola a Síria, já afirmaram que as ações militares não serviriam para forçar uma mudança de regime no país.
O exemplo em mente seriam ações punitivas realizadas pelos EUA contra Saddam Hussein em 1998, quando centenas de mísseis de cruzeiro foram disparados contra alvos no Iraque, sem o uso de tropas terrestres e sem forçar a queda do seu governo. Na ocasião, a justificativa para os ataques foi a negativa de Saddam em cumprir resoluções da ONU sobre desarmamento. A operação durou quatro dias.
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A expectativa era de que os ataques liderados pelos americanos ocorressem a partir do fim de semana passado ou nos próximos dias, mas a decisão ficou em suspenso após o presidente Barack Obama anunciar que pretende ouvir o Congresso do país sobre uma eventual intervenção.
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