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Chávez prometeu US$ 300 mi às Farc. E ainda deu calote

Relatório divulgado em Londres mostra que ditador venezuelano cedeu apoio, armas e dinheiro a terroristas colombianos, enfraquecendo governo do vizinho

Por Da Redação
10 Maio 2011, 08h40

“Desde 2000, Chávez teve a clara intenção de fornecer apoio financeiro em uma escala calculada para afetar o equilíbrio da Colômbia”, diz relatório, que acusa ditador de dar respaldo aos terroristas

O ditador venezuelano Hugo Chávez prometeu 300 milhões de dólares em 2007 às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo terrorista ao qual forneceu apoio político e acesso territorial. Essas são algumas das conclusões de uma análise do material apreendido com o ex-líder rebelde conhecido como Raúl Reyes, divulgadas nesta terça-feira, em Londres, pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).

O relatório afirma ainda que a chegada de Rafael Correa à Presidência do Equador, em 2007, depois de ele “solicitar e aceitar recursos ilegais das Farc” durante a campanha, foi para a guerrilha colombiana o “clímax” de anos de esforços para infiltrar-se no Equador. Sobre a Venezuela, o documento destaca que, apesar da guerrilha ter chegado à Venezuela muito antes de Chávez, a relação se fortaleceu com o acesso dele ao poder, em 1999.

“Desde 2000, Chávez teve a clara intenção de fornecer apoio financeiro em uma escala calculada para afetar o equilíbrio estratégico da Colômbia”, avalia o relatório. Em 2007, por exemplo, ele prometeu ao grupo 300 milhões de dólares”, diz o texto, resultado de dois anos de análises dos milhares de arquivos encontrados nos três laptops, dois discos rígidos e três pen drives encontrados no acampamento das Farc em que Raúl Reyes foi morto.

Dinheiro e armas – Reyes era o número dois do grupo rebelde e foi eliminado em 1º de março de 2008, após um bombardeio colombiano em território equatoriano. Os autores do relatório dizem que parece que Chávez não cumpriu a promessa financeira – mas destacam que nada permite afirmar que a oferta foi retirada. O instituto acrescenta que aconteceram “algumas transferências de valores menores de dinheiro, armas e munições” da Venezuela aos terroristas.

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A aliança permitiu ao grupo ter acesso a sócios comerciais da Venezuela, como Bielorrússia e China – que, segundo o IISS, “em diferentes momentos mostraram interesse em fornecer armas às Farc” por meio de acordos triangulares através das exportações de petróleo venezuelanas. Os arquivos mostram que o ditador também concedeu às Farc um “importante respaldo político para promover sua legitimidade no exterior” e “prejudicar os interesses do governo colombiano”.

Jogo de cena – Como se isso não bastasse, Chávez permitiu aos rebeldes “utilizar livremente o território”, apenas com algumas “restrições menores”. Apesar dos riscos diplomáticos que acarretava, a relação com as Farc tinha para Chávez um “elemento defensivo” ante uma aliança entre Colômbia e Estados Unidos, que ele considerava um “verdadeiro perigo”, sobretudo depois de quase ser derrubado por seus opositores internos em 2002.

Por isto, afirma o documento, “apesar de em várias ocasiões Chávez ter pedido às Farc que abandonassem a luta armada e buscassem uma solução política, ele fez isso apenas para desviar a pressão internacional”. Depois, sempre recuava e voltava a ajudar os terroristas. Nesse contexto, o instituto considera “improvável” que a retomada das relações entre Caracas e Bogotá desde a chegada ao poder de José Manuel Santos na Colômbia em 2010 possa ser duradoura.

(Com agência France-Presse)

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