Casa Branca adverte Irã sobre instalação de centrífugas
EUA transferiram para Teerã a responsabilidade pelo sucesso das negociações com potências mundiais em encontro marcado para a próxima terça-feira
A Casa Branca advertiu o Irã nesta quinta-feira que o país sofrerá mais pressões e aumentará seu isolamento se falhar na resposta à preocupação da comunidade internacional sobre seu programa nuclear. O porta-voz Jay Carney disse que Teerã deverá estar preparado para discussões “substanciais” na próxima semana com potências mundiais.
Carney acrescentou que a janela para a diplomacia com o Irã continua aberta, “mas não ficará assim indefinidamente”. Os comentários foram uma reação à divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) confirmando a instalação de 180 centrífugas IR2m em Natanz – atualmente, o país usa centrífugas modelo IR1, desenvolvidas na década de 70.
Segundo o relatório, os equipamentos ainda não estão em operação, mas se funcionarem normalmente darão mais velocidade ao processo de enriquecimento de urânio no país. O Departamento de Estado americano classificou a instalação como um “passo provocativo”.
Na próxima terça-feira, representantes do Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha terão uma reunião para discutir o programa nuclear iraniano. O encontro será realizado no Cazaquistão.
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Há uma semana, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Fereydoun Abbasi, já havia anunciado a instalação de centrífugas de última geração na cidade de Natanz, sem detalhar o número de novos dispositivos. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que inspetores da Aiea participavam em Teerã de uma nova rodada de negociações sobre o controverso programa nuclear do país, que terminou de forma inconclusiva.
O programa nuclear iraniano fez com que o país seja alvo de uma série de sanções internacionais nas áreas econômica, comercial e financeira, além de militar. Para grande parte da comunidade internacional, o programa é suspeito de ter fins não pacíficos. Já o Irã assegura que enriquece urânio até uma pureza de 5% para a produção de eletricidade, ou até 20% para alimentar um reator de pesquisa médica.
(Com agência Reuters)